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Foto do escritorAlexandre Costa

"LIVE" COM LEITURA DO DIÁRIO DE ANNE FRANK EM HQ FAZ PARTE DA RESISTÊNCIA À INTOLERÂNCIA E AO ÓDIO

O Fórum de Combate à Intolerância e ao Discurso de Ódio, coordenado pela Defensoria Pública da União (DPU) e pela Associação Mães e Pais pela Democracia (AMPD), promove uma "live" com a leitura livre do Diário de Anne Frank em História em Quadrinhos, na próxima quinta-feira, a partir das 17 horas, com transmissão via facebook e youtube. A atividade terá a participação da Editora Record, de autoridades, escritores e de mães, filhos e filhas, estudantes do 6⁰ ano do Colégio Marista Rosário, com apoio do Coletivo Voz Materna e da Associação Nacional de História - Seção Rio Grande do Sul (ANPUH/RS). Para assistir, entre na página do facebook ou no canal do youtube da AMPD:


ENTENDA O QUE MOTIVOU A LIVE

A versão em quadrinhos do Diário de Anne Frank foi incluída na lista de leituras obrigatórias do trimestre aos alunos do sexto ano do colégio Marista Rosário, em Porto Alegre/RS, fazendo parte da plataforma digital Árvore - Leitura transforma.

Contudo, após a equipe diretiva da instituição receber críticas de algumas famílias que consideram a obra inadequada à faixa etária, por apresentar trechos supostamente eróticos, o livro foi removido da lista de leituras que seriam inicialmente trabalhadas em aula com os estudantes.


Os pais foram informados sobre a alteração durante as reuniões de acompanhamento e avaliação realizadas em maio, ocasião em que muitas famílias manifestaram sua contrariedade à decisão de retirada do livro, até por já terem iniciado a leitura e, em alguns casos, adquirido o livro impresso. Além de, claro, apontarem preocupação com a interferência direta de algumas poucas famílias no plano de aula desenvolvido pelos professores e pela equipe pedagógica do colégio. Esclarecendo, ainda, que uma situação semelhante foi vivenciada em uma instituição de ensino privado em São Paulo.


Cabe ressaltar que no sexto ano os alunos estão aprendendo sobre os diversos estilos literários sendo o HQ um dos formatos estudados. A leitura de uma obra neste estilo, inspirada no livro escrito por uma jovem em situação de isolamento social, em consequência de intolerância extrema, é uma oportunidade de desenvolvimento cultural que não poderia ter sido cerceada, sob o argumento de adequação etária que não se sustenta pela análise pedagógica da obra nem tem respaldo nas informações dadas pela editora do volume.


Após a PRDC/MPF ter apresentado o caso pelo procurador Dr. Enrico Freitas, durante reunião do Fórum de Combate à Intolerância e ao Discurso de Ódio, surgiu a ideia de realizar um debate ampliado da obra, com a leitura online. "Nesse sentido, unimos nossas vozes e poder de mobilização com as mães e pais nesta leitura livre do Diário de Anne Frank", relata o texto da AMPD, em que convida a comunidade para participar do debate e da obra.

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