À medida que o Lula avança nas pesquisas, com chances inclusive de vencer a eleição ainda no primeiro turno, Jair Bolsonaro assume um discurso raivoso, em tom de ameaça, inclusive atentando contra a vida do seu principal adversário nas eleições de outubro próximo. Indiferente às leis, agindo feito líder do crime organizado e das milícias e não como um chefe de estado, o presidente do Brasil apenas confirma seu desprezo pela democracia.
O discurso do presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira (20/4), no município de Rio Verde, em Goiás, é duplamente criminoso. Além de uma clara e evidente ameaça à vida do ex-presidente Lula; as falas de Bolsonaro intimidam as instituições democráticas, em especial o Tribunal Superior Eleitoral (STE) e o Supremo Tribunal Federal (STF). O discurso do presidente, em um compromisso do governo federal, é uma explícita e inquestionável agenda de campanha eleitoral antecipada, o que é crime.
Com a popularidade em baixa, incapaz de conter a inflação e o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro não esboçou, ao longo do seu mandato, nenhuma ação para reduzir o desemprego e a crise social que assola o país. Chamado de genocida devido à irresponsabilidade diante da pandemia de coronavírus, que resultou na morte de mais de 660 mil brasileiros, resta ao presidente apostar na instabilidade política, no caos social e na fragilidade das instituições democráticas.
Diante da ameaça de uma derrota nas urnas, o papel assumido pelo presidente Jair Bolsonaro é degradante e assustador. "Não vim tratar de política, mas nós sabemos quem faz, quem vem fazendo ao longo de muitos anos, uma grande perda ao nosso Brasil, um grande mal ao nosso Brasil”, afirmou Bolsonaro, ao defender o direito ao armamento da população e incitando a violência contra Lula. "Todos vocês, cidadãos de bem, sabem que a arma, em especial nos lugares mais distantes, é a garantia da vida de vocês. Não se esqueçam que povo armado jamais será escravizado. Tem um ladrão por aí que sonha em voltar a desarmar o seu povo”, alfinetou. A estratégia de Bolsonaro fica cada vez mais clara: apostar na turbulência do país.