
Um império parece em declínio acelerado quando se torna evidente a sua crise moral.
O imoral Trump foi o furo na represa.
A visita de Biden a Tel Aviv para tentar amansar carniceiros que se esforçam pra aterrorizar Gaza e superar o Hamas fez a água romper a barragem.
Acolher as versões estapafúrdias buscadas pra explicar a explosão do décimo-primeiro equipamento hospitalar em Gaza, esse com cerca de 500 mortos, são a enxurrada. Não foi gente "do nosso time", especulou Biden.
Não só esvaziaram a agenda do "líder do mundo livre" em Amã, com o cancelamento da cúpula com a Jordânia, o Egito e a Autoridade Palestina, como alastraram pelo mundo protestos populares de apoio ao povo palestino contra o campo de extermínio de Gaza, inclusive de judeus estadunidenses que aos milhares gritam a plenos pulmões em Washington e Nova Iorque: "Não em nosso nome!" Algumas centenas deles ocuparam o Congresso dos EUA em defesa da Palestina Livre.
Fornecer armas e munições pra Israel parece ser a tarefa que restou aos EUA tornado marionete de Netanyhau ao vetar sozinho entre 15 membros no Conselho de Segurança da ONU a constituição de corredor humanitário contra o terror em Gaza.
Alardeiam seus torcedores que conseguiu abrir a fronteira do Egito com Gaza em Rafah.
Bem, o Brasil, que conquistou 14 votos no Conselho de Segurança da ONU, busca a abertura do posto de fronteira desde o dia 10 de outubro e recebeu hoje convite do Egito pra participar de cúpula no Cairo sobre a guerra no Oriente Médio.
(*) Adroaldo Bauer Corrêa é jornalista e escritor.