Desesperado com as pesquisas eleitorais e a possibilidade de não chegar ao segundo turno, o presidente Jair Bolsonaro busca saídas mágicas para segurar a inflação. Não bastasse o pedido que o ministro da Economia Paulo Guedes fez aos empresários supermacadistas para que congelasse os preços por uns meses, o governo encaminhou ao Congresso Nacional Projeto de Lei (PL) que autoriza a União a vender sua parcela do óleo do pré-sal, desvinculando as receitas que serão obtidas com a venda desses ativos do Fundo Social. Ao que tudo indica, Bolsonaro percebeu que o principal motivo para sua candidatura perder fôlego é a inflação e o preço elevado dos alimentos e dos combustíveis. Ou seja, o governo do presidente Jair Bolsonaro está sendo engolido pela sua própria política econômica. Ao privilegiar o mercado, por meio da equiparação de preços internos aos externos, como no caso do petróleo, acaba contribuindo com a alta dos preços. Como sempre, a corda rebenta do lado mais fraco. A miséria e o aumento da fome no Brasil são consequências dos equívocos das políticas adotadas pelo governo Bolsonaro.
Neste contexto, o fracasso eleitoral de Bolsonaro está diretamente ligado às ideias de Paulo Guedes. O economista de confiança do presidente sabe que prato vazio não dá voto. Querendo ou não, a inflação é responsabilidade de Guedes. O pedido que o ministro da economia fez aos supermercadistas, para manutenção dos preços, beira à humilhação.
O fardo pela inflação cada vez mais elevada está pesando nos ombros de Guedes, que parece agonizar em praça pública.