CAMINHONEIROS TENTAM DERRUBAR LIMINARES QUE IMPEDEM GREVE COM BLOQUEIO DE ESTRADAS E RODOVIAS
- Alexandre Costa

- 1 de nov. de 2021
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Silenciosa e discreta, assim foram as primeiras horas da anunciada greve dos caminhoneiros, que iniciou nesta segunda-feira (1º/11). Mas se nas estradas o clima é tranquilo, sem bloqueios ou confrontos, na Justiça o clima é outro. O governo federal conseguiu liminares na Justiça para impedir bloqueios nas estradas e rodovias federais. A medida também vale para portos e refinarias. Porém, a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) trabalham para reverter a ação. No total, foram 29 liminares contra bloqueios em 20 estados brasileiros. Em São Paulo, a Justiça determinou uma multa diária de R$ 10 mil para pessoa física e R$ 100 mil para pessoa jurídica que desrespeitar a decisão. Os caminhoneiros tentam derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) as liminares que impedem a realização de bloqueios.
Diversas decisões judiciais que atendem ao Governo Federal e concessionárias de rodovias proíbem o bloqueio das pistas em caso de a greve dos caminhoneiros. As liminares contemplam acessos ao Porto de Santos (SP) e Porto de Suape (PE), além de rodovias em Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Pará, Paraíba, Maranhão, Alagoas.Em Goiás, o juiz plantonista da Segunda Vara Cível em Goiás, determinou multa de R$ 100 mil para pessoas físicas e de R$ 1 milhão para jurídicas que promoverem bloqueios em rodovias estaduais e federais no estado. No Paraná, a Justiça determinou multa por hora: R$ 2 mil para pessoas que participarem dos bloqueios nas estradas federais e R$ 100 mil para pessoas jurídicas. A CCR Nova Dutra conseguiu que o Tribunal de Justiça de São Paulo determinasse a proibição do estacionamento no acostamento e de bloqueio de pistas da rodovia Presidente Dutra, com multa de R$ 300 mil por dia aos organizadores em caso de descumprimento. No Rio Grande do Sul estão proibidos bloqueios em rodovias e acessos para a refinaria Alberto Pasqualini, com multa estipulada no valor de R$ 10 mil para pessoas físicas e R$ 100 mil jurídicas.
O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, afirmou que não há bloqueios nas estradas justamente por causa dos valores das multas fixados pela Justiça com as liminares. "Ninguém é maluco de botar o pé na rodovia, bloquear e ser autuado com R$ 100 mil de multa", argumentou. Dahmer. Ainda assim, ele acredita que há uma forte adesão de manifestantes. Já Wallace Landim (conhecido como Chorão), presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), afirmou que os caminhoneiros buscam apoio de outras categorias. O objetivo principal é pressionar o governo para a retirada do Preço Paridade de Importação (PPI), política adotada pela Petrobras desde 2016 e que faz os combustíveis variarem de acordo com a valorização internacional do produto.
"Peço apoio aos irmãos caminhoneiros. Você que não está aguentando essa situação, vamos cruzar os braços", disse "Movimento tranquilo. A categoria apoiou, ficou em casa e não está rodando. Este trajeto tem mais de 7 mil veículos diários. A coisa pegou, porque não dá mais para suportar. Os caminhões que ainda estão rodando, em sua minoria, ao chegarem aqui são convidados democraticamente a aderirem ao movimento", afirmou. "Estamos trabalhando para derrubar no Supremo Tribunal Federal (STF) as liminares", afirmou Chorão.







