GILMAR MENDES "DESMONTA" VOTO DE NUNES MARQUES NO JULGAMENTO DA SUSPEIÇÃO DE SERGIO MORO NO STF
- Alexandre Costa
- 23 de mar. de 2021
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O ministro Gilmar Mendes, que é presidente da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), demonstrou mais uma vez que o ex-juiz Sergio Moro agiu de forma parcial em relação à condenação do ex-presidente Lula nos processos da Lava Jato. Após o ministro Kassio Nunes Marques votar contra a suspeição de Moro, Gilmar Mendes "destruiu" os argumentos apresentados pelo se colega durante o julgamento da tarde desta terça-feira (23/3). Com o voto de Nunes, Moro está sendo inocentado da acusação de suspeição nos julgamentos dos processos de Lula, com o placar 3 a 2 a favor do ex-juiz da Lava Jato.
Gilmar Mendes pediu a palavra e criticou os argumentos de Nunes Marques em relação ao garantismo. “Combinação de ação entre o Ministério Público e o juiz encontra guarida em algum texto da Constituição? Isto tem a ver com garantismo? Nem aqui, nem no Piauí, ministro Kassio”, ironizou Gilmar Mendes, fazendo referência ao estado do magistrado. “A desmoralização da justiça brasileira já ocorreu”, desabafou Gilmar, citando as inúmeras ilegalidades cometidas pelo então juiz Sergio Moro. “Não me venha com conversas hackeadas, não precisa disso. Eu já disse aqui que estamos diante de um julgamento histórico. E cada um passará para a história com o seu papel. A história registra. E nós vamos ser julgados pela história, é preciso ter essa dimensão”, ressaltou Mendes.
O ministro citou a interceptação dos advogados do ex-presidente, como uma entre as graves irregularidades cometidas pelo então juiz Sergio Moro. “Vamos ser sérios, tratar isso com seriedade. E não precisa de áudios, vamos falar do processo. Tô falando do que está nos autos, não tô falando de hacker. Mas devo reconhecer que os hackers ajudaram a compreender todo o fenômeno que aí estava. Não tem mais como apagá-lo. Aquilo que a defesa apontava ganhou substância”, acrescentou.