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GENOCÍDIO DO POVO YANOMAMI É RESULTADO DA OMISSÃO DO GOVERNO BOLSONARO


As imagens da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Terra Indígena Yanomami, em Roraima, são chocantes e foram comparadas aos horrores dos campos de concentração nazistas. Crianças, mulheres e idosos desnutridos e com aspectos cadavéricos foram resgatados. Porém, muitos não resistiram e morreram horas depois. O Brasil tem a obrigação de investigar e punir os responsáveis.


Apesar do direito às suas terras ancestrais ser garantido pela Constituição, a realidade do povo Yanomami é extremamente grave. As invasões constantes das áreas de reserva estão diretamente ligadas ao crescimento do agronegócio, das madeireiras e dos garimpos clandestinos. O presidente Lula denunciou o governo do seu antecessor, que em quatro anos desmontou a proteção das terras indígenas.


Apenas em 2022, 99 crianças morreram com quadros de desnutrição, pneumonia e diarreia. O Ministério dos Povos Indígenas afirma também que mais 570 crianças morreram pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, durante o governo Bolsonaro. Além disso, em 2022 foram registrados 11.530 casos de malária no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, distribuídos entre 37 Polos Base.


De acordo com levantamento feito em agosto pelo site The Intercept Brasil, os povos Yanomami registraram 21 pedidos de ajuda públicos ao Governo Federal, Ministério Público Federal, Funai e Exército. Todos foram ignorados. Os Yanomami relataram, nestes pedidos, um verdadeiro cotidiano de terror. O Portal Sumaúma alerta, que por mais horríveis que sejam os números, eles podem ser menores do que a realidade, em face do apagão de dados estatísticos imposto pelo governo fascista de Jair Bolsonaro.


De acordo com reportagem da Agência Pública de Jornalismo, de 2019, cerca de 15 mil garimpeiros invadiram a terra indígena Yanomami, habitada por uma população de 27 mil pessoas. Os índios são constantemente ameaçados por criminosos armados. Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região amazônica do Vale do Javari, segunda maior terra indígena do país, chocaram o mundo e revelaram os esquemas criminosos usados para silenciar os defensores das florestas e povos originários.


Segundo o Observatório da Mineração, “em 2021 o garimpo registrou a maior expansão em 36 anos, devorando 15 mil hectares num único ano. Em cinco anos, de 2017 a 2021, novas áreas de garimpo atingiram 59 mil hectares, superando todo o espaço tomado pela atividade garimpeira até o fim da década de 80”. Ou seja, esse genocídio não foi um acaso e sim uma política de governo.


O garimpo tem impacto direto na vida dos Yanomami, em função da derruba da floresta, que acaba expulsando animais, destruindo roças e envenenando cursos d’água com mercúrio, metal extremamente tóxico utilizado na separação do ouro do cascalho. O ex-presidente Bolsonaro por diversas vezes prometeu não demarcar “um centímetro quadrado” de territórios indígenas e quilombolas, tendo atuado para esvaziar as estruturas de fiscalização e nomeado generais e outros apoiadores em posições de mando, dando a prometida “foiçada no pescoço da Funai” e nos órgãos ambientais, o que facilitou “a passagem da boiada”, nas palavras do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.


O governo Bolsonaro deve ser responsabilizado pelo saque às nossas riquezas naturais e por deixar crianças morrer de fome, por falta de assistência médica e em decorrência da violência dos garimpeiros instalados na região.

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