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"GÊNERO E NÚMERO": EM 92 ANOS DE OSCAR, MENOS DE 1% DAS ESTATUETAS FOI PARA MULHERES NEGRAS

Sempre que possível, navego pela internet e fico garimpando notícias sobre os mais diversos temas, nos sites da chamada mídia independente. Nesta busca por informações, me deparei com o artigo escrito por Agnes Sofia Guimarães, Marília Ferrari e Victoria Sacagami, no site https://www.generonumero.media/. O texto faz uma análise sobre o lugar ocupado pelas mulheres negras no cinema. A partir de um levantamento sobre o Oscar, é possível dizer que a mais famosa premiação do cinema no mundo foi e continua sendo marcada pela ausência de mulheres negras.

Em 2022 não foi diferente, o evento seguiu o seu histórico de racismo, o que fica evidenciado pela presença tímida de mulheres negras e com o número inexpressivo de indicações de destaque, apenas seis. Até hoje, Halle Berry foi a única mulher negra premiada pela Academia de Hollywood como melhor atriz, por sua atuação em “A Última Ceia”, em 2002. Neste ano, apenas atriz coadjuvante conta com duas indicações: ArianaDeBose, pelo filme “Amor, Sublime Amor” (“West Side Story”) – dirigido por Steven Spielberg — e Aunjanue Ellis, por “King Richard: Criando Campeãs”, que, indicado também a melhor filme, conta com uma produção majoritariamente negra.


O Oscar (The Academy Awards ou The Oscars) é a mais famosa e a mais antiga premiação de cinema do mundo. Criado em 1927, teve sua primeira cerimônia em 1929, na cidade de Los Angeles. Transmitido para diversos países e assistido por mais de 13 milhões de pessoas em todo o planeta, o Oscar é o ponto mais alto a ser alcançado pelas produções cinematográficas.


Voltando ao artigo da Agnes, da Marília e da Victoria, o levantamento da Gênero e Número mostra que, em 93 edições, nenhuma mulher negra foi indicada a prêmios considerados nobres para o cinema, como melhor direção. Ao todo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas concedeu 3.140 estatuetas, mas apenas 19 foram concedidas a mulheres negras em toda a sua história – menos de 1% do total. Apenas uma mulher foi agraciada com o prêmio de melhor atriz, Halle Berry, em 2002, por “A Última Ceia”. A categoria com mais indicações (26) e vencedoras (8) é a de melhor atriz coadjuvante – categoria em que ArianaDeBose foi indicada este ano.


A primeira vitória de uma mulher negra no Oscar é um exemplo clássico deste papel de subserviência. Caçula dos 13 filhos de um casal de escravos libertos, Hattie McDaniel ganhou a estatueta de melhor atriz coadjuvante pelo filme “E o Vento Levou”, em 1940, com Mammy, a criada da protagonista, Scarlett O’Hara. Apesar da personalidade forte e sarcástica de sua personagem, o papel de Hattie não foge do arquétipo da empregada negra à mercê da sua patroa. A atriz foi proibida de ir à estreia do filme por causa das leis de segregação racial vigentes, e só pôde receber o prêmio porque o produtor pediu uma autorização especial para que ela estivesse no teatro, numa pequena mesa ao fundo, longe das estrelas presentes na premiação. E nem sequer pôde aparecer nas fotos com os demais membros da equipe do filme. Só 51 anos depois, uma outra atriz negra voltaria a receber um Oscar, também de atriz coadjuvante: Whoopi Goldberg, por “Ghost”, em 1991.

Para quem ainda não conhece, a Gênero e Número é uma empresa social que produz e distribui jornalismo orientado por dados e análises sobre questões urgentes de gênero e raça, visando qualificar debates rumo à equidade.


Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

 
 
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