Brasil e a Pandemia, dimensões da crise, impasse e futuro" será tema do debate promovido pela Fundação Mauricio Grabois (FMG) às 19 horas desta quinta-feira (15/4). A atividade, que será transmitida pela TV Grabois (youtube), terá a participação da reitora da Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UCSPA), Lucia Pellanda; do economista e professor da Unicamp, Márcio Pochmann; e do presidente da Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM), Getúlio Vargas Júnior.
A mediação será feita pelo presidente municipal do PCdoB, Márcio Pereira Cabral.
No debate desta quinta-feira, Lucia Pellanda vai falar sobre "A saúde pública e a ciência", Márcio Pochmann abordará "A dimensão econômica, política e social da crise" e Getúlio Vargas Júnior vai discorrer sobre ”A crise sanitária os trabalhadores e excluídos”.
IMPORTÂNCIA DO DEBATE
De acordo com o ex-deputado estadual e historiador Raul Carrion, coordenador da FMG no Rio Grande do Sul, o agravamento da pandemia do coronavirus transformou o Brasil no epicentro mundial da COVID-19. "Esse é, atualmente, o mais grave problema do país. Debatê-lo – para buscar saídas para essa tragédia sanitária, social e econômica – passou a ser uma tarefa imprescindível", afirma.
CRÍTICAS A BOLSONARO Carrion alerta ainda para o fato do Brasil ter ultrapassado as 360 mil mortes e os 13,5 milhões de infectados pelo coronavirus. "Somos apenas 2,7% da população mundial, mas registramos um terço das mortes diárias no mundo e ultrapassamos 4.200 mortes em um único dia. Em diversas unidades da Federação, o número de mortes já supera o número de nascidos, causando uma regressão demográfica. Em meio a essa tragédia, as medidas de proteção – como o isolamento social, o uso de máscaras e eventuais lockdowns – são atacadas pelo governo federal, que insiste em promover aglomerações e em receitar medicamentos que comprovadamente não têm qualquer eficácia no tratamento do COVID-19 e podem apresentar efeitos secundários danosos à saúde dos enfermos", argumentou o ex-deputado. COLAPSO DA SAÚDE Carrion também faz referência ao colapso do sistema de saúde e critica o governo Bolsonaro. "Temos, hoje, milhares de doentes à espera de um leito de UTI e centenas que morrem diariamente de asfixia, por falta de um atendimento adequado. Faltam oxigênio e medicamentos essenciais para entubação dos pacientes. Os médicos têm de escolher entre os que serão atendidos – e talvez sobrevivam – e os que não serão atendidos – e morrerão... Apesar do SUS ter capacidade de vacinar de 40 a 60 milhões de pessoas ao mês, a vacinação – que é a única arma de que temos para vencer o coronavirus – se arrasta por falta de vacinas, em decorrência do “negacionismo” e da incompetência do governo Bolsonaro que não adquiriu vacinas no momento adequado. O sistema de saúde colapsou e as equipes médicas estão exaustas e desfalcadas por inúmeras mortes. CRISE SOCIAL Para Carrion, além do colapso sanitário, o país esta à beira de um colapso funerário. "O necessário isolamento social – para o que as pessoas precisam de meios mínimos para sobreviver – esbarra na insensibilidade do governo federal, que atrasa a liberação do novo auxílio emergencial e o reduz a valores ínfimos. Assim, crescem o desemprego – que já atinge mais de 14 milhões de pessoas –, a fome e a miséria do povo brasileiro. Esperamos que este debate aponte saídas sanitárias, econômicas e sociais para essa tragédia, a curto, médio e longo prazo.
ATUAÇÃO COLETIVA
O coordenador da Fundação Maurício Grabois, "cuja Seção Estadual tenho a honra de presidir", como faz questão de dizer Raul Carrion, ressalta que os debates são decorrência das parcerias e do respeito às diferenças. "A Fundação trabalha incansavelmente para realizar as atividades tem sido fundamental debates sobre os problemas mais importantes e candentes da nossa sociedade, sempre respeitando a pluralidade de opiniões e buscando parcerias com outras fundações irmãs, entidades e instituições da sociedade, no que já consolidou uma sólida tradição", analisa o historiador, salientando a importância de valorizar o pensamento crítico coletivo, como forma de ampliar a repercussão e o alcance das nossas atividades".