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Foto do escritorAlexandre Costa

Filme da Repórter Brasil sobre Dom Phillips e Bruno Pereira estreia na Europa

O documentário “Relatos de um Correspondente da Guerra na Amazônia”, da Repórter Brasil, faz sua estreia internacional nesta quarta-feira (5) em Londres, na Inglaterra, em um evento em homenagem ao jornalista britânico Dom Phillips e ao indigenista brasileiro Bruno Pereira, assassinados dois anos atrás, no Vale do Javari, estado do Amazonas.


Narrado em primeira pessoa, o filme segue os passos do jornalista Daniel Camargos na busca pelo corpo de seu amigo e colega de profissão. O documentário é um dos indicados ao Prêmio Gabo 2024, o mais prestigiado do jornalismo latino-americano, e sagrou-se vencedor do 40º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, no ano passado.


No evento desta quarta no Frontline Club, em Londres, a exibição do filme acontece após uma homenagem a Dom e Bruno, conduzida por familiares e amigos. Um debate vai reunir os diretores Ana Aranha e Daniel Camargos, além do editor de meio ambiente do diário britânico The Guardian, Jonathan Watts. O tributo foi organizado pela Brazil Matters.


Na sexta-feira (7) haverá uma nova exibição na capital britânica, na Queen Mary University of London, às 18h (horário local), em evento organizado pelo People Palace’s Project.

Já nesta quinta-feira (6), o filme será exibido em Paris, na França, na Columbia Global Centers, às 19h (horário local).


SOBRE O DOCUMENTÁRIO

Ao descobrir o modo violento como seu amigo foi assassinado, Daniel Camargos embarca em uma jornada reflexiva sobre o papel dos jornalistas que cobrem os conflitos na maior floresta do mundo e se pergunta: vale a pena seguir neste ofício e terminar como Dom?


A resposta vem em outras coberturas pela Amazônia, quando Camargos conhece os Guajajara, no Maranhão. A comunidade indígena se organiza para enfrentar os invasores que derrubam árvores dentro de seu território. Os guerreiros Guajajara acumulam uma longa lista de perdas violentas, amigos e parceiros que somam 50 mortes nos últimos 20 anos. Para eles, não há outro nome para o que vivem: é uma guerra.


Daniel segue para o Pará, viajando longas distâncias até chegar a aldeias Munduruku. Ali, no meio da floresta que deveria estar saudável, crianças caem com dor nas pernas, idosos perdem a visão e bebês nascem com problemas neurológicos incapacitantes – consequências da contaminação por mercúrio usado nos garimpos. Apesar do horror, as comunidades se recusam a sair e seguem denunciando os invasores.


A resistência dos povos indígenas ajuda Camargos a processar a perda do amigo e muda o modo como o repórter enxerga o seu papel na cobertura das muitas guerras em curso na Amazônia.


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