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FERRO, FUMAÇA E SILÊNCIO: A CONEXÃO ENTRE O TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL E AS LINHAS DE MONTAGEM DA TOYOTA

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A fotografia feita em 2018 por fiscais do trabalho, que mostra um homem negro amarrado em uma carvoaria no Maranhão, tornou-se símbolo do Brasil profundo — o mesmo que ainda reproduz práticas de escravidão sob o manto do progresso industrial. A imagem, esquecida em relatórios oficiais, foi redescoberta pela Repórter Brasil, que investigou a cadeia produtiva por trás da violência e revelou um elo perturbador: o ferro-gusa produzido a partir do trabalho escravo abastecia um grupo siderúrgico que, por sua vez, já forneceu matéria-prima para a Toyota, a maior fabricante de automóveis do mundo.

Assinada por Daniel Camargos, com fotos de João Laet e edição de Carlos Juliano Barros e Paula Bianchi, a reportagem reconstrói o caminho que liga o sofrimento do trabalhador maranhense às linhas de montagem globais. O caso envolve a empresa Pádua Arco, responsável pela carvoaria onde o homem foi encontrado amarrado, e o grupo Simasa, que produzia ferro-gusa em Açailândia (MA) e mantinha relações comerciais com gigantes do setor automotivo.

Os documentos e notas fiscais analisados mostram como o ferro produzido com base em trabalho degradante e violência percorre rotas econômicas que conectam o interior do Maranhão a fábricas no exterior. Mesmo após sucessivas denúncias, o grupo siderúrgico continuou operando, protegido por uma teia de omissões e brechas regulatórias.

A imagem do homem amarrado é mais do que um flagrante: é o retrato de um país que, mais de um século após a abolição, ainda convive com senzalas modernas, alimentando o capitalismo global com o suor e o sofrimento de seus invisíveis.

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