
A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) está em Genebra, na Suíça, e pretende entregar o relatório final da CPI da Covid ao Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos. De acordo com a parlamentar, a entrega do documento “é um primeiro passo na luta pela responsabilização e condenação do presidente da República por ter sabotado o combate à pandemia no país, o que levou a mais de 600 mil óbitos por coronavírus”. A deputada gaúcha revelou que será feito “um chamado internacional em Genebra para alertar que Bolsonaro, como um dos principais representantes da extrema-direita no mundo, é um perigo para todos os países do planeta”.
A partir de segunda-feira (25/10), Melchionna participa da reunião do Grupo de Trabalho Intergovernamental de Composição Aberta do Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde será discutida a construção de um Tratado Vinculante das Nações Unidas sobre Organizações Transnacionais em Matéria de Direitos Humanos. A parlamentar foi convidada pela organização The Left, que congrega membros de partidos políticos de esquerda que possuem representação no Parlamento Europeu.
CRIMES CONTRA A HUMANIDADE
Divulgado na quarta-feira (20/10), o relatório final da CPI do Genocídio, ressalta a gravidade dos episódios ocorridos no país no período da pandemia de coronavírus. Os senadores classificaram os envolvidos em três modalidades de crimes contra a humanidade. No documento final, elaborado por Renan Calheiros (MDB-AL), foram quatro os episódios apontados como característicos de crimes contra a humanidade: o colapso sanitário de Manaus, os experimentos com cobaias humanas da Prevent Senior e da proxalutamida, e a atuação contra os povos indígenas. No total, foram 11 pessoas acusadas de cometimento desse tipo de crime em três modalidades: extermínio, perseguição e outros atos desumanos. O presidente Jair Bolsonaro, o ministro Onyx Lorenzoni (Trabalho, ex-Cidadania), o ex-ministro Eduardo Pazuello, Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde conhecida como “Capitã Cloroquina”, médicos da Prevent e autor dos experimentos da proxalutamida foram imputados nesses crimes.