ESTRATEGISTAS DE BOLSONARO TENTAM CONVENCÊ-LO DE QUE ATAQUE ÀS URNAS E AO STF O FAZEM PERDER VOTOS
- Alexandre Costa

- 10 de ago. de 2022
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Os estrategistas responsáveis pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentam convencê-lo de que os ataques que faz às urnas eletrônicas e a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) são responsáveis pela queda de votos que vem tendo junto aos eleitores. A nova orientação é resultado das pesquisas internas realizadas para definir a estratégia de marketing usada por Bolsonaro na eleição de outubro próximo. De acordo com os levantamentos da própria equipe do presidente, o eleitor médio não gosta desse tipo de radicalização e não compra o discurso de fraude, que faz parecer que Bolsonaro já sabe que será derrotado antes mesmo da votação.
O comando da campanha terá pouco tempo para convencer o presidente a mudar o tom dos seus discursos. Mesmo que Bolsonaro mude o discurso, dificilmente a mudança chegará a tempo de mudar a imagem do eleitorado. No entanto, o presidente parece disposto a relativizar seu comportamento como candidato. Jair Bolsonaro (PL) desistiu da ideia de fazer a parada militar de 7 de setembro na praia de Copacabana. O presidente acabou concordando que o desfile do feriado da Independência seja realizado na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro, como tradicionalmente acontece.
POLÊMICA DO 7 DE SETEMBRO
Apesar de ter recuado em relação ao local da parada militar, Bolsonaro não cedeu aos argumentos de que promover um ato político "patriótico" poderá prejudicar sua campanha. O presidente parece disposto a correr os riscos, a apenas dois meses das eleições, de misturar um desfile militar a um ato com evidente conotação política e partidária e com claro objetivo eleitoral. Em reunião realizada na quinta-feira da semana passada (4/8), militares apontaram os problemas para mudar o desfile para Copacabana, principalmente no risco a própria integridade física do presidente. De acordo com com os militares seria necessário dispor de um aparato de segurança muito maior e bem mais complexo do que normalmente é utilizado.
Mas o que acabou definitivamente com a possibilidade de realização da parada militar em Copacabana foi a determinação do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciando, via twitter, que o desfile será realizado na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, "onde o exército organizou e aonde sempre foi feito”. O aviso de Eduardo Paes inviabiliza por completo o desfile militar na orla, pois a prefeitura é responsável por todo planejamento do trânsito, da logística e da segurança do evento.








