ESQUERDA DIÁRIO - Dezenas de trabalhadores de aplicativos de entrega de comida como UberEats, Rappi e iFood, fizeram um protesto na tarde desta terça-feira (4). O grupo fechou parcialmente a avenida Higienópolis, em Londrina. Segundo um trabalhador, eles lutam por maior remuneração dos serviços de transporte.
Além de terem que utilizar o próprio veículo e trabalharem sem nenhum vínculo empregatício e sem nenhuma segurança, a remuneração ainda é extremamente baixa.
Eles também afirmam que os prazos de entrega são curtos, o que faz com que os profissionais tenham que trafegar em alta velocidade, se expondo ainda mais aos riscos do trânsito das grandes cidades, informou o motociclista.
"Eles fizeram promessas para muitos pais de família que o negócio ia ser bom. E agora está todo mundo na mão deles", afirmou um deles. A categoria exigia o início de uma negociação com representantes dos principais aplicativos.
Esse tipo de trabalho extremamente precarizado, como motoristas e entregados de aplicativo, está em cada vez maior expansão no Brasil e no mundo, já que, o desemprego está em 11,9%, e os direitos trabalhistas cada vez mais negados à população.
A Justiça, para proteger empresas nas quais os trabalhadores chegam a pedalar até 12 horas seguidas, lançou mão de um “argumento”, se é que pode ser chamado assim, muito comum em tempos de precarização brutal do trabalho: trabalhadores sem vínculo empregatício são donos de si mesmo.
Para a juíza Shirley Aparecida de Souza Lobo Escobar, 37ª Vara do Trabalho de São Paulo, os direitos trabalhistas que dia a dia são retirados, para aumentar a taxa de exploração contra os trabalhadores e garantir o lucro dos capitalistas, são formas “romantizadas” de entender as relações de trabalho.
Diariamente, ocorrem acidentes com esses empregados que, como não são nem considerados funcionários, têm que arcar sozinhos com custos, quando não perdem a vida.
A maior inovação que esses serviços por aplicativo trazem é justamente flexibilizar ainda mais a relação de trabalho entre empregados e patrões, permitindo que os verdadeiros donos dos meios de produção, por trás do Ifood, Rappi, Ubber, etc., lucrem absurdos em cima do trabalho precarizado de seus "colaboradores voluntários", "empreendedores" ou qualquer outro jargão liberal para ocultar a exploração, isentando os capitalistas das mínimas responsabilidades trabalhistas e maximizando seus lucros.