ENTIDADES REPUDIAM DECISÃO DE MELO DE LIBERAR USO DE MÁSCARAS EM LOCAIS FECHADOS EM PORTO ALEGRE
- Alexandre Costa
- 21 de mar. de 2022
- 4 min de leitura

Por inciativa da Associação Mães e Pais pela Democracia (AMPD), mais de 50 entidades assinaram nota de repúdio à decisão do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo, que suspendeu a obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes fechados no município. O documento, elaborado durante o final de semana (19 e 20/3), se opõem ao decreto publicado pela Prefeitura na sexta-feira (18/3), tornando facultativo o uso de máscaras em locais fechados públicos e privados. As entidades esperam que o Poder Judiciário anule o decreto, enquanto o prefeito Sebastião Melo alega que a decisão levou em conta indicadores de vacinação, internação e transmissão da covid-19.
Com o decreto, o uso de máscara, que já era facultativo em espaços abertos nas instituições de ensino, deixa de ser obrigatório também nos espaços fechados. A recomendação é de que a máscara seja utilizada em ambientes considerados de longa permanência, como os locais que atendem idosos e pessoas com fatores risco, em tratamento de câncer, doenças crônicas, entre outras. O mesmo vale para pessoas com sintomas e/ou que tenham testado positivo para covid-19. De acordo com o decreto, permanece obrigatório o uso de máscaras apenas no transporte coletivo e em estabelecimentos de serviços de saúde.
As entidades ressaltam que a decisão do prefeito é ilegal, pois contraria a Lei Federal 13.979/2020, que obriga o uso do equipamento de proteção em lugares fechados, conforme decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do RS, em ação civil pública movida pela AMPD. Também alertam que a decisão da Prefeitura coloca em risco a saúde da população, principalmente das crianças, em função do baixo índice de vacinados. A nota ressalta que cientistas renomados, como Pedro Hallal, Miguel Nicoleles, Lucia Pellanda, dentre outros, consideram uma temeridade abolir as máscaras em ambientes fechados, pois a pandemia ainda não acabou.
As entidades esperam que o Poder Judiciário anule o decreto e "cumpra o seu papel de guardião do Estado Democrático de Direito". O prefeito Sebastião Melo alega que decisão de liberar o uso de máscaras levou em conta indicadores de vacinação, internação e transmissão da covid-19. Por sua vez, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) A SMS destaca que o decreto está baseado em dados, como a redução de casos confirmados pela sétima semana epidemiológica consecutiva. A Região 10, composta por Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada, Gravataí, Viamão e Glorinha, apresenta a menor taxa de contaminação acumulada em sete dias, com 144 casos para cada 100 mil pessoas. A média do Estado é de 266. Os casos de surtos também estão baixos. “Na última semana, foram registrados apenas três surtos e controláveis”, disse o coordenador da Vigilância em Saúde, Fernando Ritter.
Confira abaixo a nota de repúdio: NOTA DE REPÚDIO AO PREFEITO MELO PELA PRECIPITADA E ILEGAL LIBERAÇÃO DO USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARA EM AMBIENTES FECHADOS
A Associação Mães e Pais pela Democracia – AMPD e demais entidades abaixo firmadas repudiam veementemente a precipitada e ilegal decisão do Prefeito Sebastião Melo de liberação do uso obrigatório de máscara em ambientes fechados no município de Porto Alegre. A medida é ilegal, pois contraria a Lei Federal 13.979/2020, que obriga o uso do equipamento de proteção em lugares fechados, e atenta contra recente decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do RS em ação civil pública movida pela AMPD que afirmou, amparada em precedente do STF, ser ilegal norma editada por Estados e Municípios que flexibilizem medidas sanitárias de combate à pandemia da COVID19 fixadas pela União. A medida do Prefeito Melo contraria o que defendem renomados cientistas, como Pedro Hallal, Miguel Nicoleles, Lucia Pellanda, dentre outros, que consideram uma temeridade abolir as máscaras em ambientes fechados nesse momento em que a pandemia ainda não acabou. As entidades abaixo firmadas lamentam que alguns prefeitos, como Melo, tenham se deixado seduzir pelo apelo negacionista e editado decretos que sabem ser ilegais, colocando em risco a saúde da população, especialmente das crianças que tem baixo índice de imunização, e esperam que o Poder Judiciário mais uma vez cumpra o seu papel de guardião do Estado Democrático de Direito e anule o ilegal e descabido decreto municipal.
Porto Alegre, 19 de março de 2022.
Associação Mães e Pais pela Democracia – AMPD
Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA
Associação de Juristas pela Democracia – AJURD
Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre
Associação de Vítimas da Covid - AVICO
Sindisaúde-RS
Rede Emancipa de Educação Popular
Coletivo de Proteção Infância e Voz Materna
Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre – ATEMPA
Grupo de Apoio e Prevenção da AIDS do RS – GAPARS
Associação Nacional Vida e Justiça em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid
Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares – RENAP
Sindbancários POA
Frente Nacional de Lutas
Mães pela Diversidade
Cais Cultural Já
Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda, Vilas Conceição e Assunção
Clã de Gaya
Idhesca
Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre – ASTEC
Acesso Cidadania e Direitos Humanos
CPERS Sindicato
AMENCAR - Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente
INGA - Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural
Conselho Regional de Enfermagem do RS
SINDFARS
ANPROSEX – Associação Nacional das Profissionais do Sexo
Movimento Laudato Si – RS
CNBB Sul 3 - Pastoral da Ecologia Integral
ASSUFRGS – Associação dos Servidores da Ufrgs
Andes/Ufrgs
CES/RS
SERGS
SINDIPOLO – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Porto Alegre e Triunfo
Conselho Regional de Serviço Social do RS
Fórum de Diretores das Escolas Municipais de Ensino Fundamental de Porto Alegre
IACOREQ
AMUPOA – Associação dos Amigos do Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo
Coletivo ProsperArte
Grupo Direito ao Ensino Não Presencial Durante a Pandemia
Jubileu Sul Brasil
Instituto Zoravia Bettiol
Movimento Feminista de Mulheres com Deficiências Inclusivas
Frente Nacional das Mulheres com Deficiências
Amigos da Terra Brasil – ATBr
Preserva Belém Novo
Sindsepe/RS – Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul
ASERGHC - Associação dos Servidores do GHC
Madre Tierra
UPAN – União Protetora do Ambiente Natural
SINTERG – Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RS
AssoM-CB – Associação dos Músicos da Cidade Baixa
SERPAZ
Coletivo Feminino Plural
Nuances
Instituto Travessias
CDHPF
CSP- Conlutas
MLS-RS
Proame Cedeca
SINTERGS - Sindicado dos Servidores de Nível Superior - RS.