top of page

EM OPOSIÇÃO AO CONSERVADORISMO, BRASIL ELEGE MAIS MULHERES, NEGROS, INDÍGENAS E LGBTQI+


Os brasileiros deram uma resposta ao conservadorismo, à homofobia, à discriminação e ao preconceito, nas eleições de 2 de outubro de 2022. Por meio do voto, pela primeira vez os eleitores designaram uma mulher transexual e uma travesti para representá-los no Congresso Nacional. Além disso, o país terá um número recorde de mulheres, indígenas e negros, na Câmara dos Deputados, a partir de 2023.


Duda Salabert (PDT), de Minas Gerais, e Erika Hilton (PSOL), de São Paulo, foram eleitas para a Câmara dos Deputados. Nos legislativos estaduais, Sergipe elegeu Linda Brasil (PSOL) e o Rio de Janeiro elegeu Dani Balbi (PCdoB), mulheres trans. Em São Paulo, Carolina Iara (PSOL), travesti vivendo com HIV, foi eleita a primeira codeputada estadual intersexo das Américas, pela Bancada Feminista. Em 2018, foram eleitas três representações estaduais, Robeyoncé Lima (PSOL), de Pernambuco, e Erika Hilton, em candidaturas coletivas, e Erica Malunguinho (PSOL), em São Paulo. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), responsável pelo levantamento em cada eleição, foram registradas 79 candidaturas trans em todo Brasil, sendo 70 (89%) travestis e mulheres trans, cinco (6%) homens trans e quatro (5%) pessoas com identidades não binárias. Os números representam um aumento de 49% em relação a 2018, que teve 53 candidaturas, com 52 mulheres trans e travestis e um homem trans. Pessoas negras (pretas e pardas) totalizaram 66% das candidaturas trans de 2022, 30% se autodeclaravam brancas e 4% indígenas.


O número de mulheres, indígenas e negros (homens e mulheres) que terão mandato a partir de 2023 é recorde. A Câmara terá 91 deputadas federais e 135 parlamentares negros – pardos ou pretos, sendo a maior representação da história, em ambos os casos. Em média, a cada seis parlamentares, uma será mulher e um(a) a cada quatro parlamentares será negro(a). Cinco indígenas foram eleitos para a próximo mandato na Câmara dos Deputados, o que representa o maior número da história do Brasil, que até o momento só teve dois candidatos indígenas eleitos — Mário Juruna, em 1982, e Joênia Wapichana (Rede-RR), em 2018.


Este ano, os indígenas eleitos foram Célia Xakriabá (PSOL-MG), Juliana Cardoso (PT-SP), Paulo Guedes (PT-MG), Silvia Waiãpi (PL-AP) e Sônia Guajajara (PSOL-SP). O deputado Paulo Guedes também já está na Câmara nesta legislatura, mas não havia se registrado como indígena em 2018, e sim como pardo. A única indígena que tem mandato na atual legislatura, Joênia Wapichana, não se reelegeu, tendo 11.221 votos e não atingindo o quociente eleitoral.


Dos cinco indígenas eleitos, somente um é da região Norte, que concentra a maior população indígena do Brasil: Silvia Waiãpi, que é do partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadora do mandatário no estado. A eleição deste ano teve também um recorde de candidaturas indígenas — a autodeclaração de raça começou em 2014. Naquele ano, 84 candidatos se autodeclararam indígenas. Em 2018, foram 134. Agora, em 2022, 175 candidatos se autodeclararam indígenas. A proporção do número de indígenas comparado com o total de candidatos registrados também foi maior neste ano do que nas últimas duas eleições gerais. Em 2014, os indígenas representavam 0,32% do total. Em 2018, 0,46%. Neste ano, eles foram 0,62% de todos os candidatos registrados.

 
 
esquinademocratica.com_edited.jpg

COLABORE

Apoie o jornalismo livre, independente, colaborativo e de alta integridade, comprometido com os direitos e as liberdades coletivas e individuais. Participe dos novos modelos de construção do mundo das notícias e acredite que uma outra imprensa é possível. Contribua financeiramente com projetos independentes e comprometidos com esta concepção de comunicação e de sociedade. Dê um presente hoje com o olhar no amanhã.

 

O Esquina Democrática é um blog de notícias, ideologicamente de esquerda e sem fins lucrativos. Além de fazer parte de uma rede de mídia alternativa, comprometida com a credibilidade do JORNALISMO, não se submete às avaliações métricas, baseadas na quantificação de acessos e que prejudicam a produção de conteúdos e colaboram com a precarização profissional.

BANCO 136 - UNICRED
AGÊNCIA 2706
CONTA 27928-5
ALEXANDRE COSTA
CPF 559.642.490-00

PIX 559.642.490.00 (CPF).png
  • Facebook
  • Youtube
Pausing While Typing_edited.jpg
bottom of page