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EM DEPOIMENTO À PF, MORO AFIRMOU QUE BOLSONARO AMEAÇOU DEMITI-LO EM REUNIÃO GRAVADA COM MINISTROS

Foto do escritor: Alexandre CostaAlexandre Costa

O jornal O Globo revelou que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou, durante depoimento à Polícia Federal, sábado (2/5), em Curitiba, que o presidente Jair Bolsonaro ameaçou demiti-lo em uma reunião do conselho de ministros do governo federal caso Moro não concordasse com uma nova substituição do superintendente da Polícia Federal no Rio. O ex-juiz disse que a reunião ocorreu em 22 de abril e foi gravada em vídeo pela própria Presidência da República, o que poderia comprovar suas acusações de que o presidente Bolsonaro tentou realizar interferências indevidas na PF.


O encontro citado por Sergio Moro, do conselho de ministros, teria ocorrido dois dias antes do seu pedido de demissão. O ex-ministro afirmou também que Bolsonaro deixou claro o interesse em nomear uma pessoa de sua confiança na Superintendência da PF no Rio. No entanto, o presidente nunca explicou os motivos. Sergio Moro afirmou ainda que nesse encontro do conselho, diante dos demais ministros do governo, chegou a questionar o presidente sobre o fato.

O atrito entre o presidente Bolsonaro e o então ministro da Justiça Sergio Moro teve origem na demissão do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo. O ministro anunciou sua demissão, devido a interferência do presidente. Bolsonaro estaria descontente com a atuação da PF do Rio, que investiga um esquema de desvio de salários de funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro, quando o filho do presidente era deputado estadual, e a ligação dele com as milícias cariocas. Outra razão para o incômodo de Bolsonaro com Valeixo foi a independência da superintendência do Rio de Janeiro. No Estado, correm três investigações delicadas para a família: o assassinato da vereadora Marielle Franco, o suposto esquema de rachadinha no gabinete do senador Flávio Bolsonar o e as ações do grupo miliciano Escritório do Crime.  


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