
A associação de funcionários do Banco Mundial protocolou, nesta quarta-feira (22), uma carta no Comitê de Ética da instituição, solicitando que seja aberta uma investigação contra o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, indicado pelo governo Jair Bolsonaro para uma diretoria do banco. A associação também pede que a nomeação de Weintraub seja suspensa até a conclusão do processo. O documento sobre a posição da entidade foi encaminhado para todos os funcionários do banco, inclusive com destaque para as falas preconceituosas do ex-ministro em relação à China e às minorias, bem como os ataques feitos por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Solicitamos formalmente ao Comitê de Ética que reveja os fatos subjacentes às múltiplas alegações, com intenção de (a) colocar sua indicação em espera até que essas alegações possam ser revisadas e (b) garantir que o Sr. Weintraub seja avisado de que o tipo de comportamento pelo qual ele é acusado é totalmente inaceitável nesta instituição”, ressalta o documento. "O Banco Mundial acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição. Isso significa um compromisso de todos os funcionários e membros do Conselho de expor o racismo onde quer que o vejamos. Confiamos que o Comitê de Ética compartilhe dessa visão e faremos tudo ao alcance para aplicá-lá", dizem os funcionários em um trecho da carta. O documento da associação do funcionários do Banco Mundial observa também que "de acordo com múltiplas fontes, o senhor Weintraub publicou um tuíte de carga racial, ridicularizando o sotaque chinês e culpando a China pela covid-19, e acusando os chineses de 'dominação mundial'; levando a Suprema Corte a abrir uma investigação por crime de racismo". A associação ressalta que “embora sua indicação tenha sido condenada por vários países clientes, a Associação de Funcionários entende que a escolha deste diretor executivo é do Brasil e somente do Brasil", mas observam que é preciso respeitar padrões de integridade e de ética na conduta pessoal e profissional, estando estes em linha com práticas e políticas adotadas pelo banco.