O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) publicou um vídeo, na sexta-feira (4/2), associando o acidente da obra da Linha 6 do Metrô de São Paulo ao trabalho de funcionárias da empresa responsável pelo empreendimento, a Acciona. Neste sábado (5/2), após verificar a repercussão negativa do seu comentário nas redes sociais e na imprensa, o deputado compartilhou um novo vídeo, desta vez com o relato de uma engenheira que afirma "não sofrer preconceitos" por ser mulher.
O texto postado nas redes sociais e que originou a avalanche de críticas ao deputado, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), questiona a contratação e a competência das mulheres. “‘Procuro sempre contratar mulheres’, mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc”.
O vídeo postado pelo deputado Eduardo Bolsonaro fez com que a Acciona publicasse uma nota em que repudiou as declarações do deputado e classificou o ato como “desrespeitoso” e "misógino". A companhia também afirmou que estuda medidas judiciais contra o parlamentar. Já a deputada estadual Janaína Paschoal, que é do mesmo partido do filho do presidente, repudiou a atitude e sugeriu a exclusão do conteúdo. "Deputado, o Sr é pai de menina. Está sendo injusto com as moças. Vamos aguardar apurar responsabilidades. Quer criticar o Dória? É da Política e da Democracia, mas essa postagem é desnecessária. Lembra quando sua esposa foi desrespeitada e exposta no trabalho? Melhor apagar", escreveu.
Eduardo Bolsonaro tentou consertar, mas o estrago já estava feito. "Todo apoio a quem trabalha e respeita colegas de trabalho. O preconceito está na cabeça de quem acha que pedreiro desrespeita mulher ou tem preconceito Igualdade de condições + meritocracia, foi isso que disse. Sexo, raça etc não pode ser critério seletivo", escreveu.
Eduardo Bolsonaro respondeu à deputada Janaína, defendendo que empresas funcionem por meio da “meritocracia”.
– Deputada, se uma empresa dá preferência a brancos isso é racismo. Por que há uma preferência por mulheres para tocar uma obra? E se amanhã for dada preferência a homens noutro setor? O mundo tem que parar com a lacração e retornar à meritocracia. Não descontextualize o que eu disse – destacou.