FEDEU!
(editorial)
Valdemar, o Ricardão, é grato e paga suas dívidas. Chega a assumir a corresponsabilidade no crime, para tentar banalizar sua gravidade e esconder a autoria. É como se dissesse: ora, todo mundo pensava em golpe, até eu. Valdemar, o Ricardão, arrisca o pescoço para tentar salvar o do marido da Michelle.
Deu merda, diz a a capa deste jornal de humor, inspirada no fedor que esta tragédia exala, confirmada na imagem-símbolo do cara cagando no STF. Valdemar sabe que o fedor nas mãos revelará os que chafurdam nos excrementos, mas tenta proteger os parças.
O dia 8 é apenas um símbolo deste furúnculo que iniciou em 2013 e veio a furo em 2018. O “com o Judiciário, com tudo”, do Jucá, para derrubar Dilma, nunca tentou esconder o interesse básico de setores a quem a lei e a ordem incomodavam. A sensação que temos é de que, desde 2013, quando este golpe iniciou, uma das táticas é disfarçar o crime pela sua intensidade, repetição e banalização. É mais ou menos como fazem os assassinos profissionais, que exageram na violência para poderem alegar insanidade.
A inédita invasão nos três palácios do poder brasileiro, o à vontade como se comportaram os bandidos e a polícia, a cagada nada simbólica no STF, a proteção das forças armadas, as férias coletivas de todo o comando da segurança do DF dão o tom da comédia indesejável que contracena com a tragédia Yanomami e nos exige assumir uma perspectiva do realismo mágico da literatura latino-americana, para garantir a frágil sanidade que nos resta.
Deu merda e fedeu. O Grifo propõe uma faxina geral.