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DEPOIS DO GOLPE, PORTO ALEGRE VIVEU O TERROR DE UMA SEXTA-FEIRA 13, DE VIOLÊNCIA CONTRA A DEMOCRACIA

Atualizado: 29 de jun. de 2021

Tal qual um filme de terror, o sétimo episódio do especial A CERTEZA NA FRENTE E A HISTÓRIA NA MÃO remonta um dos episódios mais grosseiros e vergonhosos protagonizados pela Brigada Militar durante as manifestações em defesa da democracia, cada vez mais frequentes em Porto Alegre, assim como em outras capitais do Brasil, em 2016. A noite daquela sexta-feira, dia 13 de maio, no fatídico ano em que Dilma Rousseff foi vítima de um impeachment, sem crime de responsabilidade, ainda sobrevive na memória da cidade. O www.esquinademocratica.com foi buscar nos arquivos do jornalista Alexandre Costa os vídeos que nos permitem observar a evolução da violência nas ruas das cidades brasileiras. A brutalidade praticada pelo estado contra as manifestações sociais passou a ser cada vez mais frequente, mais intensa, mais cruel e covarde. E na maioria das vezes, essa violência foi dirigida às mulheres, aos negros, aos pobres, aos segmentos oprimidos, aos que são diferentes, aos trabalhadores e às minorias. A banalização da violência faz parte da realidade deste Brasil pós-golpe e hoje se propaga diante dos nossos olhos, tendo conivência da mão do estado.


Na noite da sexta-feira, dia 13 de maio, mais de 15 mil pessoas foram às ruas para protestar contra a posse do vide-presidente Michel Temer, que passou a ocupar o cargo de presidente interino. cabe lembrar que no dia 17 de abril, os deputados haviam aprovado o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff, em uma votação que entrou para história, em função dos argumentos esdrúxulos usados por cada um dos parlamentares. Durante a operação da BM, cinco mulheres, com idades entre 20 e 21 anos, foram detidas. Além de agredidas, elas revelaram que foram ameaçadas e depois atiradas para dentro de veículos que passaram a circular pela cidade, como forma de tortura psicológica.


BM USA VIOLÊNCIA PARA DISPERSAR MANIFESTANTES

Após a realização de ato político na Esquina Democrática, milhares de pessoas marcharam pelas ruas do centro de Porto Alegre, em direção ao Largo Zumbi de Palmares, no bairro Cidade Baixa. Em função da quantidade de pessoas que participaram da atividade, o trânsito ficou totalmente congestionado. A Brigada Militar resolveu usar a força para dispersar os manifestantes e o pelotão de Choque passou a arremessar bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral em direção aos grupos que ainda permaneciam no local.


Conforme o coronel Mário Ikeda, que ocupava o cargo de comandante do policiamento da capital, os manifestantes se negaram a sair das ruas e passaram a agredir a tropa, arremessando pedras e garrafas em direção aos PMs. Ao todo, segundo informações da BM, quatro policiais ficaram feridos - três homens e uma mulher. Eles foram encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) e depois liberados.

Um comitê de advogados foi avisado das prisões e da violência usada contra as cinco mulheres. Além de acompanhar o caso, procurando saber para onde as manifestantes haviam sido levadas, o grupo de juristas denunciou a forma como a BM agiu. As mulheres foram liberadas por volta das 3 horas do sábado (14/5). Elas ficaram detidas na 3ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). As cinco mulheres foram acusadas de terem jogado pedras nos policias militares. Elas negam o fato, alegando que estavam no local, apenas bloqueando temporariamente o trânsito.


O jornalista Alexandre Costa registrou os depoimentos das vítimas e também de alguns advogados que atuaram na defesa das manifestantes. Os advogados divulgaram uma nota à sociedade e concederam entrevista coletiva à imprensa, denunciando a ação da Brigada Militar. "Houve excesso, truculência e arbitrariedade por parte da BM", afirmaram os advogados na nota, que também chamava a atenção para os ferimentos causados nas mulheres, em função da truculência da BM. Ela sofreram "diversos ferimentos por todo o corpo, inclusive pelo desnecessário uso de choque elétrico, algemas, golpes de cassetetes e outras agressões".

Os manifestantes realizaram um protesto em frente à sede do Jornal Zero Hora, na esquina entre a Avenida Ipiranga e a Rua Erico Verissimo, e depois retornaram à Cidade Baixa. Os manifestantes foram acompanhados pelo Pelotão de Operações Especiais (POE) do 9º Batalhão de Polícia Militar. O ato foi organizado pelas redes sociais e ganhou o nome de "Fora Temer, Cunha na cadeia".

 
 
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