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DECLARAÇÕES DE BOLSONARO ENVERGONHAM O BRASIL E DEMONSTRAM QUE NÃO ESTÁ À ALTURA DO CARGO QUE OCUPA

Foto do escritor: Alexandre CostaAlexandre Costa

Nesta sexta-feira (6/8), durante viagem a Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou mais uma vez que não está à altura do cargo que ocupa. Ao chamar o ministro Luís Roberto Barroso de "filho da puta", Bolsonaro não desrespeitou apenas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sim o próprio Brasil. A postura adotada pelo presidente evidencia seu descontrole diante das inúmeras irregularidades cometidas pelo seu governo. O linguajar, as palavras de baixo calão e as ameaças proferidas aos adversários políticos parecem mais apropriadas a um líder de milícia do que de um presidente ou de um chefe de estado.

No almoço com empresários em Joinville (SC), Bolsonaro afirmou que não existe harmonia com o Supremo Tribunal Federal (STF) e acusou novamente Luís Roberto Barroso, que também é membro do STF, de ter interesses particulares ao ser contrário ao voto impresso, além de destilar uma série de acusações ao ministro, como de ser favorável ao aborto e contrário à família. Na quinta-feira (5/8), o presidente Jair Bolsonaro já havia ameaçado o ministro Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito das fake news, que investiga Bolsonaro.

CARA DA CASA DE VIDRO O The Intercept Brasil publicou uma série de reportagens revelando os detalhes dos grampos do grupo de Adriano da Nóbrega, miliciano ligado à família Bolsonaro e que foi morto pela polícia da Bahia, em fevereiro de 2020. Entre a caça e morte do miliciano, comparsas discutiram sua herança e mostraram intrigante proximidade com o clã Bolsonaro.


De acordo com as transcrições, a primeira ligação supostamente feita ao presidente aparece no dia 9 de fevereiro de 2020 à noite, horas depois que Adriano foi morto. Ronaldo Cesar, o Grande, identificado pela investigação como um dos elos entre os negócios legais e ilegais do miliciano, diz a uma mulher não identificada (MNI, no jargão policial) que ligaria para o “cara da casa de vidro”. No telefonema, demonstra preocupação com pendências financeiras e diz que alertou Adriano que “iria acontecer algo ruim”. Ele fala ainda que quer saber “como vai ser o mês que vem” e que a “parte do cara tem que ir”. Identificado pela polícia como ele entre os negócios legais e ilegais do miliciano, Grande diz que vai “ligar para o cara da Casa de Vidro”. Quatro dias após a morte de Adriano, em 13 de fevereiro de 2020, Grande fala com um homem supostamente não identificado (HNI), que tem ao lado, entre parênteses, a descrição “PRESIDENTE” em letras maiúsculas, e relata problemas com a família de Adriano devido à divisão de bens.


O interlocutor se coloca à disposição caso ele venha a ter algum problema futuro. Apenas duas frases do diálogo de 5 minutos e 25 segundos foram transcritas. No mesmo dia 13, o nome “Jair” aparece em conversas de outros comparsas de Adriano – o pecuarista Leandro Abreu Guimarães e sua mulher, Ana Gabriela Nunes. O casal, segundo as investigações, escondeu Adriano da Nóbrega numa fazenda da família nos arredores de Esplanada após ele ter conseguido escapar ao cerco policial a uma luxuosa casa de praia na Costa do Sauípe, no litoral baiano, em 31 de janeiro de 2020. Num dos diálogos, de pouco mais de cinco minutos, Ana Gabriela relata a uma interlocutora identificada apenas como “Nina” que “a polícia retornou com o promotor” a sua casa e que não pretende voltar para lá por causa dos jornalistas. Na sequência, diz: “Leandro está querendo falar com Jair”. Leandro Guimarães é descrito pelos policiais como um vaqueiro premiado, que ganha a vida organizando e participando de rodeios. Foi num desses eventos que o ex-capitão comprou 22 cavalos de raça mesmo estando foragido da justiça. Minutos depois, Ana Gabriela faz outra ligação. O telefonema iniciou às 8h50 e terminou às 8h51. No campo de comentários, o documento sugere que o diálogo aconteceu entre Gabriela e Jair. A conversa, contudo, não é transcrita na íntegra. Os analistas apenas reproduzem a mesma frase destacada anteriormente: “Gabriela diz que Leandro quer falar com Jair”.


Logo após os episódios, o analista da Polícia Civil sugere que não sejam renovados os grampos do casal. O mesmo acontece com Grande, que, pelo teor dos telefonemas, segue tratando dos negócios de Adriano da Nóbrega e chega a ser chamado de “chefe” em uma das interceptações. O Ministério Público Estadual do Rio, que não tem atribuição para investigar suspeitas sobre o presidente da República, aceitou a recomendação. O mesmo procedimento já havia sido adotado depois que Orelha e a irmã de Adriano citaram Bolsonaro em seus telefonemas. O The Intercept Brasil Questionou o Ministério Público Estadual sobre o porquê das escutas dos suspeitas terem sido encerradas após as menções ao “homem da casa de vidro”, a “Jair” e “HNI (PRESIDENTE)” e, sobretudo, se a instituição remeteu à Procuradoria-Geral da República as suspeitas da ligação dos suspeitos com o presidente Jair Bolsonaro, mas não recebeu retorno.


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