por Alexandre Costa

A revista Carta Capital anunciou na manhã desta terça-feira (16/3), a contração do jornalista e advogado norte-americano Glenn Greenwald, que será colunista da edição semanal impressa da revista e conduzirá entrevistas e podcasts na sua nova casa. Na quarta-feira (17/3), às 11h, ele e o diretor de redação Mino Carta darão detalhes do que a revista chama de "parceria", durante um bate-papo que será transmitido no canal da Carta Capital no YouTube.
Aos 54 anos, o jornalista nascido em Nova Iorque, nos Estados Unidos, vive há dezesseis anos no Rio de Janeiro. Greenwald é casado com o deputado federal David Miranda (PSOL) com quem vive ao lado dos dois filhos e dos 26 cães de estimação. Em junho de 2013, quando trabalhava no jornal britânico The Guardian, Glenn Greenwald foi um dos jornalistas que, em parceria com Edward Snowden, levaram a público a existência dos programas secretos de vigilância global dos Estados Unidos, efetuados pela sua Agência de Segurança Nacional (NSA). A reportagem sobre o programa de espionagem da NSA ganhou o Prêmio Pulitzer de jornalismo em 2014 e, no Brasil, foi agraciado com o Prêmio Esso de Reportagem, por artigos publicados no jornal O Globo , tratando do sistema de vigilância virtual dos Estados Unidos em território nacional. O trabalho de Greenwald sobre a história de Snowden foi apresentado no documentário Citizenfour, que conquistou o Oscar de Melhor Documentário em 2014.
Antes das revelações dos arquivos de Snowden, Greenwald era considerado um dos mais influentes colunistas de opinião nos Estados Unidos. Depois de trabalhar como advogado constitucional por dez anos, Greenwald passou a escrever no seu blog sobre questões de segurança nacional, o que levou-o, em 2007, a se tornar um colaborador do Salon.com. Em 2012 se transferiu para o The Guardian. No ano seguinte, passou a escrever para o The Intercept , site que fundou, em 2013, emparceria com Laura Poitras e Jeremy Scahill.
No final de outubro do ano passado, Glenn Greenwald anunciou o seu desligamento do Intercept, após ser impedido de publicar um artigo. Na ocasião, segundo Glenn, os editores exigiram a remoção de qualquer crítica a Joe Biden, então candidato do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos. “As mesmas tendências de repressão, censura e homogeneidade ideológica que geralmente assolam a imprensa nacional engolfaram o meio de comunicação que eu co-fundei, culminando na censura de meus próprios artigos”, denunciou o jornalista em artigo publicado na plataforma Substack.
Greenwald ganhou destaque no Brasil em 2019 após a revelação da série de reportagens da Vaza Jato, que mostravam conversas entre procuradores do Ministério Público Federal de Curitiba e o ex-juiz federal Sérgio Moro sobre investigações da Operação Lava Jato. Os diálogos foram publicados no The Intercept Brasil e em veículos como Folha de S. Paulo, El País Brasil e Agência Pública.