
Ao que tudo indica, a greve dos caminhoneiros anunciada para a próxima segunda-feira (1/11) vai parar o Brasil. Apesar do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) ter aprovado o congelamento do valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado nas vendas de combustíveis por 90 dias, a categoria avaliou que a medida é “paliativa” e que a paralisação deve ser mantida. O objetivo do Confaz é tentar controlar o aumento dos preços, já que neste ano a gasolina acumula alta de 74% e o diesel de 65%. De acordo com matéria publicada no site da Revista Fórum, Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), participou de reunião, na sexta-feira (29/10), com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo (FTTRESP). Também estiveram presentes no encontro Nailton Francisco de Souza, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), e o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão.
“Acabamos agora uma reunião com lideranças de caminhoneiros e transportadores. A greve vai acontecer. À zero hora 1º de novembro o Brasil vai começar a parar. Todos os caminhoneiros, os trabalhadores. estamos apoiando essa greve. Não é possível mais esse acinte. Excessos de aumentos, revolta de todos os brasileiros com aumento no gás, na gasolina, no diesel, e 31 milhões de lucros distribuídos pra poucos acionistas”, disse Neto. Na última semana, Jair Bolsonaro já havia tentado impedir a greve dos caminhoneiros prometendo um “auxílio-diesel” de R$400 mensais para os trabalhadores autônomos da categoria. A promessa, no entanto, não agradou e tem sido tratada por lideranças como “esmola”.
“O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade. Para as petroleiras (dão) um trilhão, para o caminhoneiro humilhação”, afirmou ao jornal Estadão Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), confirmando que a greve em 1º de novembro está de pé. Wallace Landim, presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) e que liderou a greve de caminhoneiros em 2018, deu entrevista ao portal Metrópoles e foi na mesma linha: “Caminhoneiro não faz nada com R$ 400, com diesel na média de R$ 4,80. Os R$ 400 propostos pelo presidente não atendem as demandas dos caminhoneiros. Manteremos nossas demandas e greve em 1º de novembro”, declarou.