por Alexandre Costa (*)
O Brasil está desgovernado. Diariamente, mais de três mil pessoas perdem a vida diante do avanço da pandemia de coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro é responsável pelo caos que tomou conta do país. Não bastasse a falta de medidas para barrar o avanço da covid-19, o governo Bolsonaro segue a saga de destruição, de medidas inexplicáveis, de ações que prejudicam o próprio país e, principalmente, a população mais vulnerável. Desde que assumiu a presidência do Brasil, o Capitão vem cortando recursos da educação, da assistência social, da ciência e tecnologia, do meio ambiente, da arte e da cultura, dos pequenos agricultores e dos trabalhadores de maneira geral.
As florestas ardem em chamas porque Bolsonaro quer ampliar o agronegócio. A exploração clandestina de ouro e de minérios avança e as reservas indígenas e as áreas de proteção ambiental se tornaram alvo das quadrilhas de comércio ilegal de madeira. A destruição caminha com uma velocidade absurda, semelhante à própria pandemia de coronavírus. Nem as Forças Armadas foram poupadas das intransigências do Capitão. Não bastasse o desgoverno, o protagonismo da família Bolsonaro é de envergonhar a nação. As rachadinhas são apenas uma entre tantas ligações com o submundo do crime, das milícias e das negociatas. A cada dia que passa, o Brasil mergulha ainda mais na armadilha criada pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela farsa da Operação Lava Jato. O golpe contra a democracia foi uma ação orquestrada pelos grandes grupos de comunicação e seus jornalistas adestrados e teve participação decisiva do Judiciário, das elites conservadoras e de interesses econômicos internacionais. O Brasil percebeu que não há mais como seguir neste ritmo de mortes, de destruição, de perdas econômicas e de retrocessos.
Por isso, o que está em jogo nesta quarta-feira (14/4) no novo julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) não é somente a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a suspeição do ex-juiz Sergio Moro. O que o plenário da Suprema Corte vai julgar é se o Brasil continuará com o golpe indecente que levou o país ao fundo do poço ou se, apesar do rastro de destruição, dará o primeiro passo para restabelecer a democracia, a autonomia dos poderes e o estado democrático de direito.
A quarta-feira, dia 14 de abril, será uma data importante para o futuro dos brasileiros. O que se espera dos magistrados é que devolvam ao povo o direito de escolher o seu próprio futuro nas eleições de 2022. (*) Alexandre Costa é jornalista, proprietário e idealizador do www.esquinademocratica.com