BRASIL SUSPENDE EXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA PARA A CHINA, APÓS CONFIRMAR CASOS DO "MAL DA VACA LOUCA"
- Alexandre Costa
- 4 de set. de 2021
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A confirmação de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como o mal da vaca louca, em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG) resultaram na suspensão da exportação de carne bovina para a China. A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou na sexta-feira (4/9) os resultados pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá.
A suspensão temporária das exportações, que entrou em vigor neste sábado, estão previstas em um protocolo sanitário firmado entre a China e o Brasil. De acordo com o acordo, a exportação será retomada após a avaliação das informações sobre os casos.a De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a China é o principal destino da carne brasileira. No mês de julho foram exportados 91.144 toneladas do produto, crescimento de 11,2% em relação ao mesmo mês de 2020, com alta de 19,1% nas receitas, somando US$ 525,5 milhões. No acumulado, de janeiro a julho de 2021, os embarques para a China já somam 490 mil toneladas e receitas de US$ 2,493 bilhões, crescimento de 8,6% e 13,8%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2020.
O Ministério da Agricultura informou, por meio de uma nota, que todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório, não havendo risco para a saúde humana e animal. Os dois casos do mal da vaca louca foram detectados durante a inspeção realizada antes do abate dos animais. O Ministério esclareceu ainda que a Organização Mundial de Saúde exclui a ocorrência de casos atípicos da vaca louca para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco, mantendo a sua classificação como país de risco insignificante para a doença. Desta forma, não haverá qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos. O Brasil nunca registrou a ocorrência de caso clássico do mal da vaca louca. O Ministério informou que em mais de 23 anos de vigilância, estes foram o quarto e o quinto casos semelhantes registrados no país, de maneira espontânea e esporádica, não estando relacionados à ingestão de alimentos contaminados.