Rei Pelé, agora, é uma estrela. Com certeza, Edson Arantes Nascimento vai continuar brilhando no céu, assim como reluziu nos gramados de futebol. O maior jogador de futebol de todos os tempos morreu na quinta-feira (29/12), aos 82 anos, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 28 de novembro, para tratar um tumor de cólon e uma infecção respiratória.
Em boletim médico no dia 22 deste mês, os médicos alertaram para a progressão do câncer e afirmaram que o paciente estava necessitando de maiores cuidados referentes às disfunções renal e cardíaca. Pelé foi casado três vezes e deixa sete filhos. O corpo de Pelé passará por um embalsamamento. O velório começará na segunda-feira, 2 de janeiro, na Vila Belmiro, estádio onde o craque começou a sua carreira. O enterro será no dia seguinte. O Santos e a prefeitura da cidade estão envolvidas na montagem e organização da estrutura para receber uma multidão de fãs.
O menino humilde, filho da dona Celeste, nasceu em Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940, e seguiu os passos do pai, João Ramos do Nascimento, jogador de futebol conhecido como Donadinho. Ainda criança, a família se mudou para Bauru, cidade do interior de São Paulo, onde Pelé começou a carreira no futebol amador de campo e de salão. Aos 15 anos, fez teste no Santos e não demorou para se tornar um dos destaques da equipe da Vila Belmiro, sendo convocado para a seleção brasileira, que se preparava para a Copa de 58.
Aos 17 anos, disputou sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, começando como reserva, mas assumindo a titularidade após o terceiro jogo. O Brasil conquistou seu primeiro título e Pelé marcou seis gols. Na Copa de 1962 no Chile, consagrado no Santos, ele fez uma boa partida contra o México na estreia, mas sofreu uma distensão muscular contra a Tchecoslováquia e não jogou o resto do torneio. Em 1966, também sofreu lesões nos jogos contra a Bulgária e Portugal.
Na Copa do México, em 1970, o camisa 10 da seleção estava no auge da carreira e, com 29 anos, encantou o mundo. Pelé marcou quatro gols em seis jogos, sendo o destaque da equipe brasileira na conquista do tricampeonato mundial, passando a ser chamado de "Rei do Futebol".
Pelé fez seu primeiro gol como profissional em 1956, durante um amistoso contra o Corinthians de Santo André, em que entrou no segundo tempo e marcou o sexto gol da vitória por 7 a 1. Ao longo de sua carreira no Santos, ganhou 23 títulos com o time, sendo artilheiro na maioria dos campeonatos. Nos 18 anos que jogou pelo Santos, Pelé marcou 1.088 gols em 1114 partidas, com uma média de 0,97 por jogo. Os grandes destaques, além dos estaduais, ficam com as conquistas das Libertadores e dos Mundiais Interclubes de 1962 e 1963.
Em de outubro de 1974, Pelé fez sua última partida com a camisa do Santos, contra a Ponte Preta, ajudando a equipe da Vila Belmiro a vencer o jogo por 2 a 0. No ano seguinte, o Rei do Futebol se transferiu para o Cosmos, de Nova York, ajudando a popularizar o esporte nos Estados Unidos. Sua última partida como jogador foi na terra do Tio San, em 1977, diante de 60 mil pessoas. No primeiro tempo Pelé vestiu a camisa do Cosmos e no segundo tempo, defendeu o Santos.
Em 1990, aos 50 anos, Pelé vestiu a camisa da seleção brasileira pela última vez, em um jogo um amistoso na Itália, contra um combinado de jogadores estrangeiros. No total, em toda a sua carreira, o Rei do Futebol disputou 1.365 jogos e marcou 1.283 gols. Pelé se tornou um embaixador mundial do esporte. No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, assumiu o cargo de ministro do Esporte, entre 1995 e 1998.