Nos próximos dias, o Brasil deve superar a marca de 600 mil mortes por covid-19. Na terça-feira (28/9), o país registrou um total de 595.446 óbitos desde o início da pandemia de coronavírus. Apesar da lentidão do processo de vacinação, o número de óbitos diminuiu consideravelmente a partir de junho. No entanto, desde o dia 10 deste mês, a tendência de queda das mortes e do número diário de novos casos foi interrompido.
Diante deste cenário, que está muito distante de representar o fim da pandemia, os especialistas alertam para os 793 óbitos e os 19.242 novos casos de covid-19 registrados nesta terça-feira. Entre março e maio do ano passado, o Brasil atingiu o ápice da pandemia, com médias superiores a 3 mil óbitos diários. Ainda assim, o número de mortes nas últimas 24 horas é considerado extremamente elevado, semelhante aos registrados durante o pico da doença no Reino Unido, quarto do mundo no ranking de mortes por covid-19, superado apenas pelos Estados Unidos, Brasil e Índia, nesta ordem.
O abandono completo das medidas de isolamento social, o baixo número de vacinados com duas doses, bem como o avanço da variante delta e a queda na imunidade de pessoas mais idosas (após seis meses da vacinação) são as principais causas deste novo aumento de mortes por covid-19 no país. De acordo com o Ministério da Saúde, 74,51% dos brasileiros tomaram a primeira dose da vacina e 43,76% estão totalmente imunizados com duas doses ou vacina de dose única. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica porcentagem acima de 80% de vacinados com duas doses para considerar o surto sob controle. Os especialistas têm repetido à exaustão que, em um cenário de pandemia, não basta só a vacina. É necessário manter a prevenção, com uso de máscara, evitando aglomeração, mantendo o distanciamento e os cuidados com a higienização das mãos).
No dia 26 de fevereiro de 2020 foi confirmado o primeiro caso de covid-19 no Brasil, no dia 17 de março, apenas 20 dias depois, o país registrava a primeira morte por coronavírus. Desde então, os óbitos se multiplicaram e em poucos meses o Brasil passou a figurar a lista de países com maior número de mortes e de pessoas contaminados.