
O ministro da Saúde, Nelson Teich, mencionou pela primeira vez a possibilidade do Brasil adotar o chamado lockdown (isolamento social com regras mais restritas), como forma de barrar o avanço da pandemia do coronavírus no país. De ontem para hoje (de terça para quarta-feira) foram registrados 614 mortes por Covid-19, o maior número diário de óbitos desde o início da pandemia. De acordo com o boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (6/5), o Brasil atingiu 125.096 casos confirmados e chegou a marca de 8.535 mortes, colocando o país na sétima posição em número de óbitos no mundo. Estudos indicam que o número de infectados no Brasil pode ser de sete a 15 vezes maior do que os dados divulgados oficialmente pelo Ministério da Saúde. As projeções apontam que em breve o Brasil será o epicentro global do coronavírus.
“Vai ter lugar em que o lockdown é necessário, vai ter lugar em que eu vou poder pensar em flexibilização. O que eu preciso é que a gente pare de tratar isso de uma forma radical, até pra que a gente tenha a tranquilidade de poder implementar as medidas em cada lugar do país onde a melhor coisa vai ser feita naquela situação”, disse o ministro Nelson Teich durante coletiva à imprensa. Atualmente, o lockdown foi adotado apenas na região de São Luís, no Maranhão, nos quatro municípios que formam a Grande Ilha. Na segunda-feira (5/5), o Brasil ficou atrás apenas de Estados Unidos, com 823 mortes, e Reino Unido, com 693 vítimas fatais. Os dois países, porém, estão em estágios mais avançados do contágio — nos Estados Unidos, o número de mortes diárias caiu pela metade em relação à semana passada.