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BRASIL É UM DOS MAIORES EXPORTADORES DA BOMBA DE FRAGMENTAÇÃO, RESPONSÁVEIS POR CRIMES DE GUERRA

Foto do escritor: Alexandre CostaAlexandre Costa

O Brasil é um dos principais exportadores da bomba de fragmentação, artefato produzido pela empresa Avibras, que detém uma tecnologia "de ponta" e obteve lucro líquido de R$ 101 milhões em 2019. Apesar do uso destes explosivos ser considerado crime de guerra, a empresa brasileira é responsável pela comercialização para diversas potências militares. Ao longo das últimas duas décadas, inúmeras discussões foram feitas no mundo na tentativa de proibir o uso da bomba de fragmentação.


Durante a invasão da Ucrânia, que já duram uma semana, ONGs e entidades humanitárias acusam as tropas russas de utilizaram as bombas de fragmentação. Nos primeiros cinco dias de guerra, cerca de 352 civis foram mortos e 1.684, feridos. De acordo com as Nações Unidas há 422 mil refugiados no país. A primeira rodada de negociação em Gomel, realizada na segunda-feira (28/2), na cidade em Belarus, localizada na fronteira com a Rússia e a Ucrânia, fracassou.


Este tipo de armamento já foi utilizado pela Rússia na Geórgia; pela Otan na Sérvia e no Iraque; por Israel no Líbano em 2006; e pelos Estados Unidos em diversos países como Afeganistão, Sérvia, Laos e Iraque. Existem estimativas de que os EUA e o Reino Unido tenham lançado cerca de um milhão de bombas de fragmentação no Iraque. No entanto, apesar das tentativas para proibir o uso das bombas de fragmentação, o mundo segue recebendo relatos sobre ataques com este tipo de artefato.


Em 2008, a Convenção sobre Munições de Dispersão, um tratado internacional que proíbe o uso, transferência e estoque de bombas de fragmentação, foi aberta para assinaturas. Até 2021, 110 Estados assinaram o tratado. Entre os países que não assinaram o tratado estão a própria Rússia e a Ucrânia, além da China, do Brasil. A Convenção de Dublin tentou acabar com o uso destes artefatos no mundo. Porém, os maiores fabricantes e usuários dessas armas - Estados Unidos, Rússia, China, Índia, Paquistão e Israel - nem compareceram ao encontro.


BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO As bombas de fragmentação, conhecidas também como cluster, são artefatos que, quando acionados, liberam uma certa quantidade de projéteis ou fragmentos menores que são lançados em alta velocidade em todas as direções, com a finalidade de causar um grande número de vítimas. Seus efeitos são devastadores: além de mortos e feridos, muitas pessoas entram em pânico com a dispersão dos projéteis. Dependendo do modelo, o número de submunições pode variar de dezenas a mais de 600. As bombas de fragmentação podem ser lançadas a partir do ar e do solo, e também podem ser utilizadas como minas terrestres, já que são capazes de serem detonadas muitos anos após o fim do conflito.


BOMBAS TERMOBÁRICAS

A Aviation Thermobaric Bomb of Increased Power (ATBIP), também conhecida como bomba de aerosol ou explosivo de ar combustível, é um tipo de munição de dois estágios. No primeiro estágio libera um aerosol de combustível à base de carbono com minúsculas partículas de metal, então uma segunda carga explosiva acende essa nuvem, criando uma bola de fogo, enquanto consome todo o oxigênio ao redor. Essa capacidade de "sugar" o ar ao redor é o que gera uma explosão de alta potência e dissipação de energia. Estima-se que o calor gerado por essas bombas cheguem a 3 mil °C, suficiente para derreter metais como ferro. A onda de choque gerada pela bomba é capaz de causar danos sobre estruturas, construções, veículos e no corpo humano.




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