O Brasil ultrapassou a marca de 65 mil mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. De acordo com dados repassados nesta segunda-feira (6/7) pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o número total de óbitos no país é de 65.487, enquanto o de infectados é de 1.623.284 pessoas. Nas últimas 24 horas, foram registrados 620 mortos e 20.229 novos casos. Apesar da queda do número de óbitos em relação aos verificados na última semana, existe uma tendência de manutenção da curva epidemiológica em alta. Os dados apresentados nas segundas-feiras normalmente estão defasados, em função do número menor de profissionais da saúde que trabalham aos domingos. Com isso, as notificações do domingo são atualizadas, na maioria dos casos, somente nas terças-feiras.
A comunidade científica mundial tem criticado o Brasil pelo descaso em relação ao Covid-19. A persistência da letalidade no país se dá pelas más condutas do poder público local, alertam os cientistas. O Brasil é um dos países do mundo que menos realizam testes, um dos únicos a não adotar medidas rígidas de isolamento social e o único país “democrático” que tem um presidente que ridiculariza a ciência e o vírus. O cientista político e professor da Universidade de Columbia Unidos Iam Bremmer resume a análise dos dados entre os dos países. “O Brasil continua fazendo com que a resposta dos Estados Unidos ao coronavírus pareça, comparativamente, competente.”
EPICENTRO DO VÍRUS NO MUNDO
Com a manutenção da curva epidemiológica em tendência de estabilidade no número de mortos e ascensão no número de casos, o Brasil é o epicentro do vírus no mundo, posto que ocupa há mais de um mês. A doença chegou na América Latina pelo menos três meses após efeitos devastadores na Europa e na Ásia. Entretanto, nada foi feito para controlar o contágio. Alguns estados que chegaram a adotar medidas – – fracas – de isolamento social, como São Paulo, foram duramente atacados pelos seguidores da ideologia anticientífica de Bolsonaro e já recuam dos cuidados com suas populações.
A pandemia tem alta letalidade no Brasil, diferentemente de países asiáticos, europeus e vizinhos da América Latina. Antes de ser afetado pelo novo coronavírus, o país teve tempo de sobre para se preparar. Porém, em função do descaso das autoridades e dos governos, o país vive uma tragédia diária. O resultado é o aumento na curva de casos nas últimas semanas. O Brasil é o segundo país mais afetado do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Porém, no Brasil a curva vem crescendo de forma mais acelerada nas últimas semanas.
RESISTÊNCIA AO USO DE MÁSCARAS
esmo uma das medidas mais “suaves” de controle do vírus, o uso de máscaras, amplamente adotado no mundo, encontra resistência no Brasil. E também nos Estados Unidos de Donald Trump. Entretanto, no país latino, o presidente se manifestou por meio legal contra o uso do instrumento protetivo. Bolsonaro vetou a obrigatoriedade das máscaras em lugares fechados. Já nos Estados Unidos, mesmo com casos isolados de pessoas resistentes ao uso de máscaras, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças Contagiosas (CDC), autarquia governamental, reforça a necessidade do uso de máscaras. “O uso de máscaras é chamado de controle de fonte. Essa recomendação é baseada no que a ciência conhece sobre disseminação de doenças por vias respiratórias”, afirmou a instituição por nota. Já o distanciamento social segue como principal medida contra o vírus. Entidades nacionais e internacionais assim reconhecem. No Brasil, universidades federais e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) seguem na defesa da medida.