
A Polícia Federal prendeu, nesta sábado (14/12), o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato derrotado na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022. e do ex-presidente. Braga Netto foi preso por interferir em investigação no inquérito ao qual foi indiciado no final de novembro pela suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A operação, realizada na residência de Braga Netto no Rio de Janeiro, também incluiu buscas e apreensões em endereços associados ao militar. O general está detido no Comando Militar do Leste, onde permanecerá enquanto seguem as investigações. De acordo com uma lei de 1980, oficiais militares só podem ser detidos pela polícia se forem pegos em flagrante delito e devem ser entregues aos militares após o registro do crime. Braga Netto negou quaisquer participação na conspiração na tentativa de golpe. Além de tentar obter detalhes da delação premida nos depoimentos de Mauro Cid, assessor de Bolsonaro que está preso, os investigadores descobriram que o general aposentado teve um envolvimento bem maior no plano frustrado. Braga Netto também é suspeito de fornecer fundos para executar o golpe, motivando a ordem de prisão por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O depoimento de Mauro Cid se refere à reunião na casa de Braga Netto em que a operação foi discutida. “O general repassou diretamente ao então Major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias a realização da operação”, disse Cid. Em novembro, a Polícia Federal acusou Braga Netto, juntamente com Bolsonaro, assessores seniores e ex-comandantes militares de planejar um golpe, com o assassinato de Lula, do vice Geraldo Alckmin e de Alexandre de Moraes, na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).