O presidente Jair Bolsonaro declarou na manhã desta quarta-feira (25/3), durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, que pretende chamar o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para anunciar uma provável mudança na estratégia de combate à proliferação do novo coronavírus no país. Bolsonaro quer impor o “isolamento vertical”, que tem como objetivo proteger as pessoas idosas ou com comorbidades, por meio de reclusão. O presidente insistiu que o isolamento social irá paralisar a economia do Brasil.
Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, na noite desta terça-feira (24/3), Bolsonaro classificou o coronavírus apenas como uma “gripezinha” e criticou o isolamento social e a suspensão das aulas em todo o país. Após o discurso, o presidente foi criticado até mesmo por seus apoiadores. Os presidentes da Câmara e do Senado consideraram o pronunciamento uma irresponsabilidade do presidente. Diversas entidades de classe e de profissionais ligados à saúde emitiram notas em repúdio ao posicionamento de Bolsonaro. Após o discurso em cadeia nacional, foram realizados inúmeros protestos. Os brasileiros bateram panelas nas sacadas e janelas na maioria das capitais e grandes cidades do país.
BOLSONARO REBATE AS CRÍTICAS
Na manhã desta quarta-feira, o presidente não só reiterou sua posição como foi enfático ao se dirigir aos brasileiros que estão em quarentena, reclusos em casa, como “covardes”. Bolsonaro também atacou os governadores do Rio e de São Paulio, Wilson Witzel e João Doria, respectivamente, classificando-os como “demagogos”, em função das ações promovidas no combate a propagação do vírus nos seus estados.
O presidente Jair Bolsonaro também rebateu as críticas que sofreu pelo pronunciamento que fez na véspera em rede nacional, no qual voltou a minimizar a pandemia de coronavírus e criticou medidas de restrição à circulação. "Fui criticado por quem? Por quem nunca fez nada pelo Brasil? Fico muito feliz pelas críticas", rebateu. Um dos que criticaram a fala de Bolsonaro foi o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que considerou grave o posicionamento manifestado no discurso e disse que o país precisa de uma liderança responsável. "É um direito dele, mas se eu falo um 'a' contra ele é uma crise institucional. Então não vou falar nada", afirmou.