BOLSONARO PREPARA O CENÁRIO DE 2022, A PARTIR DAS ELEIÇÕES À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA E DO SENADO
- Alexandre Costa
- 1 de fev. de 2021
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Com a queda brutal da popularidade, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro traçou uma estratégia para frear quaisquer tentativas de impeachment e também para alavancar sua reeleição em 2022. O loteamento das pastas por meio da reforma ministerial e a distribuição de emendas vão ampliar os espaços de legendas como Progressistas, PSD, PL e Republicanos no governo. As emendas funcionam como moeda de troca e também como palanque eleitoral para deputados e senadores junto ao governo federal, que distribui os recursos aos municípios e estados para investimentos locais.
Na última semana, pesquisa Datafolha apontou o aumento de oito pontos percentuais na reprovação ao governo Bolsonaro, que passou de 32% para 40% e superou novamente a aprovação, que caiu de 37% para 31%, em meio ao agravamento da crise causada pela pandemia de coronavírus. Além do apoio no Legislativo, o objetivo da reforma ministerial é amarrar o maior número de legendas de centro-direita ao governo. Bolsonaro quer limitar o número de possíveis adversários desse campo em 2022, na esperança de protagonizar um segundo turno com um nome da esquerda e, assim, reeditar a polarização com o PT de 2018.
Por isso, Bolsonaro entregará o Ministério da Educação para o DEM. Seria um prêmio a ACM Neto por ter liderado a mudança dos votos dos parlamentares do partido que apoiavam Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Maia; mas às vésperas da eleição assumiram a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro.
Antes de se eleger presidente, Bolsonaro denunciava essa prática, chamada de compra de apoio mediante o loteamento e distribuição dos ministérios. O governo Jair Bolsonaro é composto por 23 ministérios, oito a mais do que os 15 prometidos durante sua campanha eleitoral. As pastas ministeriais são moeda com elevado valor no tabuleiro do Congresso Nacional. A redução dos ministérios, prometida pelo então candidato Jair Bolsonaro, era uma forma de moralizar as relações do "toma lá, da cá" da política brasileira. Contrariando o que pregava, Bolsonaro admitiu que poderá recriar as pastas da Cultura, do Esporte e da Pesca. “Se tiver um clima no Parlamento, pelo que tudo indica as duas pessoas que nós temos simpatia devem se eleger, não vamos ter mais uma pauta travada, a gente pode levar muita coisa avante, quem sabe até ressurgir os ministérios, esses ministérios”, afirmou o presidente.