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BOLSONARO PERDEU, MAS A EXTREMA DIREITA GANHOU DE LAVADA, REVELA ESTUDO "PULSO DA DESINFORMAÇÃO"


O site de jornalismo 'The Intercept Brasil" publicou uma matéria, na quarta-feira (12/4), sobre o "Pulso da Informação". O texto de Tatiana Dias revela que, nas eleições de 2022, a extrema direita foi muito mais eficiente na comunicação do que a esquerda. Esta foi a conclusão de um estudo inédito lançado pelo Instituto Igarapé, que analisa e propõe políticas públicas em áreas como democracia e segurança pública.


O estudo levou em consideração postagens no Facebook, Instagram, TikTok, Twitter, WhatsApp, Gettr e Telegram e constatou que posts e interações de segmentos da extrema direita foram superiores à esquerda, ao centro e mesmo à direita moderada. No Facebook, por exemplo, a esquerda publicou 491.183 vezes – mais do que a extrema direita – mas teve 40% menos engajamento. “Esse desempenho desequilibrado ajuda a explicar como, apesar de toda a resistência, tanta desinformação ainda tenha chegado aos eleitores”, adverte o estudo.


As empresas de tecnologia falharam no combate à desinformação. Além da falta de regulação sobre o papel das plataformas na moderação de conteúdo, o estudo cita a ineficiência do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal no combate à desinformação, mesmo com ordens de remoção de conteúdo, desmonetização de canais e sanções a autoridades que espalhavam mentiras. A “abordagem judicial mais incisiva”, como classifica o estudo, no entanto, teve um custo: “exacerbou a polarização política e atraiu acusações de censura por críticos de direita”.


Os pesquisadores mostraram que, ao longo dos meses, explodiram as publicações que questionavam a lisura das eleições e as instituições – e a reação dos órgãos contra essas mentiras ajudava a alimentar essa mesma narrativa. “Críticos contestaram o tribunal por supostamente adotar juízos enviesados e restringir a liberdade de expressão. Quanto mais decisões o TSE proferia para remover conteúdo, mais elas eram criticadas por serem supostamente tendenciosas”, indica a reportagem do Intercept. As ações despertaram, então, mais uma onda de desinformação: comentários sobre a “regulação da mídia”, em que a extrema direita acusava o Judiciário de censura em uma suposta “ditadura” em curso no Brasil. Entre os exemplos desse tipo de conteúdo mencionados pelos pesquisadores, há um documentário classificado como “tendencioso” na Brasil Paralelo e uma ofensiva de desinformação sobre Lula na Jovem Pan.


O estudo analisou a propagação de campanhas de desinformação – mentiras intencionais, notícias falsas, teorias conspiratórias e afins – no período eleitoral. Segundo a análise, a extrema direita investiu de forma coordenada em quatro narrativas entre os meses de agosto e outubro do ano passado: reduzir a confiança no sistema eleitoral (quase um terço das publicações), atacar as instituições democráticas, difamar adversários políticos e incitar sua base de apoiadores. Essas narrativas, muitas vezes, ultrapassavam a barreira da internet – o estudo menciona o caso em que um pesquisador do Datafolha foi agredido por um bolsonarista.



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