
Uma das marcas construídas pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo do seu governo foram as conversas com seus apoiadores, quase sempre às quintas-feiras, na frente do Palácio do Planalto. Este espaço, com dia e hora marcados, quase sempre é marcado por declarações polêmicas, infelizes, estúpidas, agressivas, discriminatórias e que acabam virando manchetes nos principais jornais do Brasil. Nesta quinta-feira (25/11), não foi diferente. O presidente mostrou mais uma vez porque é chamado chamado de "boca de conflito".
Diante da sua tradicional claque, Jair Bolsonaro (Sem Partido) ironizou seu veto ao projeto que previa distribuição gratuita de absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social. “Não sabia, a mulher começou a menstruar no meu governo. No governo do PT não menstruava, no do PSDB não menstruava também”, ironizou o presidente, que chama o PL dos absorventes de “auxílio Modess (uma antiga marca de absorvente)”. O presidente disse que o projeto não apresentava de onde viria a fonte de recursos, apesar da proposta afirmar que o dinheiro viria do montante destinado pela União ao Sistema Único de Saúde (SUS). No caso das presidiárias, os recursos viriam do Fundo Penitenciário Nacional. “O cara apresenta um projeto, mas não apresenta fonte de recurso. Se eu sanciono, se não tiver de onde vem o recurso, é crime de responsabilidade (…) Se o PT voltar, as mulheres vão deixar de menstruar e está tudo resolvido”, retrucou Bolsonaro para seus fiéis espectadores.
“Eu vou dar a solução: É só o Congresso derrubar o veto, que eu sou obrigado a sancionar. Vamos tirar um pouquinho de cada coisa, de cada ministério. Não vai ser gratuito, vai custar pelo menos R$ 300 milhões e não vou criar imposto. A imprensa vai bater em mim falando que eu cortei recursos, mas não vai falar porque. Estou torcendo que o Parlamento derrube o veto”, argumentou o presidente.
Cabe lembrar que o veto do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) à distribuição de absorventes para pessoas em situação de vulnerabilidade repercutiu internacionalmente, inclusive com o envio de uma carta, elaborada pelos relatores da Organização das Nações Unidas (ONU), ao governo brasileiro questionando a posição adotada pelo presidente brasileiro.