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BOLSONARO EVITA JORNALISTAS E TEME QUESTIONAMENTOS SOBRE A MORTE DE MILICIANO LIGADO AO FILHO FLÁVIO


Ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta segunda-feira (10/2), o presidente Jair Bolsonaro evitou falar com a imprensa. Bastante sério e nervoso, Bolsonaro se antecipou a quaisquer perguntas e partiu para a ofensiva, atacando os jornalistas. O presidente alegou que não conversaria com os repórteres porque sua fala seria deturpada. “Pessoal, tem uma séria de problemas no Brasil, gostaria de compartilhar com vocês, mas como será deturpado e isso acabará dificultando a solução, então lamento, mas não vou falar nada com vocês, tá bom?”, disse. Ao lançar uma ofensiva contra a imprensa, o presidente evitou responder perguntas sobre a morte do ex-capitão do Bope, Adriano Nóbrega, na manhã deste domingo (9/2), após trocar tiros com agentes policiais na Bahia. “O dia que vocês, com todo respeito, transmitirem a verdade será muito salutar em conversar meia hora com vocês”, afirmou Bolsonaro.


O presidente deixou o Palácio da Alvorada para evitar os questionamentos sobre a morte do miliciano, em função das notícias publicadas sobre o caso. A suspeita de queima de arquivo ganhou força com a declaração do advogado Paulo Emílio Catta Preta, responsável pela defesa do ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega. Catta afirmou que havia conversado por telefone com o seu cliente, na terça-feira, ocasião em que tentou fazer com que seu cliente se entregasse. Porém, Nóbrega não concordou, temendo ser assassinado, caso isso acontecesse. “Ele me disse assim: ‘doutor, ninguém está aqui para me prender. Eles querem me matar. Se me prenderem, vão matar na prisão. Tenho certeza que vão me matar por queima de arquivo’. Palavras dele”, relatou o advogado ao O Globo.


Catta Preta, que defendia Nóbrega desde meados do ano passado, afirmou que nunca havia tido contato direto com ele antes, já que a comunicação se daria por meio de seus familiares. Ele vai pedir apuração rigorosa a respeito da operação na Bahia, que culminou na morte do ex- integrante do Bope.  “Acho que ele já suspeitava que seria morto por queima de arquivo”, disse. De acordo com o advogado, a mulher de Nóbrega, Júlia Mello, que negou que o ex-PM estivesse armado.


O arsenal de 117 fuzis M16, encontrado na casa de amigo de PM suspeito da morte de Marielle


REPERCUSSÃO

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que rompeu com a família e os apoiadores de Bolsonaro, foi cabo-eleitoral do presidente, alertou para relações promíscuas políticos do PSL e o miliciano Adriano da Nóbrega Silva. "Coincidências: matadores de Marielle um morava no condomínio do Bolsonaro e o outro só frequentava. O capitão morto ontem estava hospedado no sítio do vereador do PSL, mas o vereador não sabia. São tantas coincidências que nem Manoel Carlos autor da Globo pensaria nesse roteiro", escreveu Alexandre Frota, no Twitter.


O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que rompeu com a família e os apoiadores de Bolsonaro, foi cabo-eleitoral do presidente.


RELAÇÕES PERIGOSAS

O ex-militar integrava o Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel (criminosos "contratados" para cometer assassinatos), com sede em Rio das Pedras, zona oeste do município do Rio. A milícia é suspeita de envolvimento com a morte da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL), morta pelo crime organizado em março de 2018. Os atiradores (não foi Adriano) efetuaram os disparos em um lugar sem câmeras e haviam perseguido o carro dela por cerca de três quilômetros. Marielle era ativista de direitos humanos e denunciava a truculência policial nas favelas, bem como a atuação de milícias. De acordo com registros da Alerj, Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual, foi o único a votar contra a proposta do então deputado estadual Marcelo Freixo (PSol), atual deputado federal, para conceder a medalha Tiradentes em homenagem à vereadora quando o pessolista ocupava um cargo no Legislativo do estado do Rio. Em 2005, o então deputado Jair Bolsonaro defendeu Adriano, acusado de homicídio, e disse que o ex-militar era um “brilhante oficial”.


SUSPEITOS

Dois suspeitos de serem os assassinos de Marielle estão presos: o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-militar Élcio Vieira de Queiroz. O primeiro é acusado de ter feito os disparos e o segundo de dirigir o carro que perseguiu a parlamentar. Lessa morava no mesmo condomínio de Bolsonaro. Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos havia postado no Facebook uma foto ao lado de Jair Bolsonaro. O ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega Silva também foi citado na investigação que apura a prática de “rachadinha” no antigo gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). A mãe do policial trabalhou no gabinete do parlamentar no Legislativo do estado do Rio.


Ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega Silva citado na investigação que apura a prática de “rachadinha” no antigo gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).


MINISTÉRIO PÚBLICO

De acordo com o Ministério Público, Adriano controlava contas bancárias para abastecer Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador e amigo de Jair Bolsonaro. Queiroz está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro que ocorria na Alerj quando o filho de Jair Bolsonaro era deputado estadual. Ele movimentou R$ 7 milhões em de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).


 
 
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