As declarações do presidente Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (31/7), durante o cumprimento de agenda na cidade de Bagé, na Região da Fronteira do Rio Grande do Sul, geraram polêmica. Após participar do lançamento de um condomínio popular construído com recursos federais, o presidente concedeu entrevista coletiva à imprensa e voltou a minimizar a pandemia de coronavírus que já matou mais de 650 mil pessoas no mundo e mais de 91 mil brasileiros. Bolsonaro lamentou as mortes, mas disse que “morre gente todo dia de uma série de causas, né? É a vida”.
Na sequência, durante a visita a uma escola, Bolsonaro elogiou o terceiro ditador a comandar o Brasil durante o regime militar, Emílio Garrastazu Médici, que nasceu na cidade e comandou o país durante o período de maior repressão da ditadura militar, com tortura e morte dos que lutavam contra a ditadura, além da censura à imprensa e cerceamento das liberdades individuais e de pensamento. “É daqui o Médici, o homem que pegou o Brasil nos momentos mais difíceis, onde alguns lutavam para tomar o poder a qualquer preço. Não conseguiram”, afirmou.
Antes da cerimônia de entrega dos apartamentos, Bolsonaro voltou a tirar a máscara e ainda debochou com a atitude que viola as recomendações sanitárias. “Para a imprensa ficar feliz e falar que eu estou sem máscara. Tira foto aí, vai lá. De mal, só podem falar isso de mim, mais nada. Valeu”, disse. Questionado sobre a pandemia de coronavírus e sobre o grande número de mortes e de contaminados no Brasil, Jair Bolsonaro respondeu: “Não tem problema. É uma coisa que tem que enfrentar. […] Tem que enfrentar as coisas, acontece. Eu tô no grupo de risco. Agora, eu nunca negligenciei. Eu sabia que um dia eu ia pegar. Assim como vocês, acho que quase todos vão pegar o vírus um dia. Tem medo do quê? Enfrenta!”, afirmou.
Ao entregar a chave para os futuros moradores, Bolsonaro, assim como alguns ministros de seu governo, posaram para fotos e abraçaram, inclusive, idosos. Logo que chegou a Bagé, Bolsonaro foi recebido por um grupo de apoiadores que gritavam “mito”, momento em que o presidente tirou a caixa de hidroxicloroquina do bolso e levantou o medicamento para que todos pudessem vê-lo, provocando um verdadeiro frenesi entre os seus apoiadores.
MELCHIONNA CRITICA BOLSONARO
“Bolsonaro é o verdadeiro ignorante ativo, que escolheu mentira como doutrina e ignorância como escola. Reafirma a cloroquina como parte de um esforço sistemático para negar a ciência e estimular a desinformação”, tuitou a deputada gaúcha Fernanda Melchionna, líder do PSOL na Câmara, compartilhando o vídeo.
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