O Sul21 publicou notícia sobre novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, protocolado nesta quinta-feira (12/8), na Câmara dos Deputados, pela Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid 19 Brasil (Avico), por crime de responsabilidade e atentado contra a saúde pública e à Constituição Federal de 1988. O documento, que anexa abaixo-assinado com mais de 2 mil assinaturas, se soma a outros 132 requerimentos já apresentados. Destes, 126 estão sendo analisados, inclusive o superimpeachment, e outros seis foram arquivados ou desconsiderados.
De acordo com a Avico, as pessoas que ficaram com sequelas e familiares enlutados esperam que o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) não seja cúmplice da tragédia que assola o país, que instaure o processo e o remeta ao Senado Federal para processar e julgar o Presidente da República. A Associação foi fundada em 8 de abril de 2021 em Porto Alegre (RS), a partir da iniciativa de Gustavo Carvalho Bernardes e Paola Falceta, que há anos atuam na defesa dos direitos humanos, e foram, ambos, vítimas do descaso com a pandemia. Bernardes foi internado e intubado no final de 2020 para tratamento da doença e ainda sofre com as sequelas da Covid-19. Paola foi infectada enquanto cuidava de sua mãe, que havia sido hospitalizada para uma cirurgia de emergência, mas pegou Covid-19 no hospital e faleceu devido à doença em março de 2021.
Na petição endereçada a Arthur Lira, as vítimas da pandemia, representadas pela diretora jurídica da Avico Letícia Pfeiffer Woida, afirmam que Jair Bolsonaro menosprezou o Sars-Cov-2 (novo coronavírus) levando à morte mais de meio milhão de brasileiros e colocando o Brasil como um dos países mais afetados pela covid-19. Em 18 páginas, a Associação apresenta atos, portarias, declarações e documentos assinados pelo presidente, pesquisas jurídicas, estudos científicos, apurações da CPI da Covid pelo Senado Federal, investigações da imprensa e outros registros para comprovar que o Presidente oscilou entre o negacionismo, o desprezo e a sabotagem às políticas de prevenção e atenção à saúde dos cidadãos brasileiros. O texto cita, entre outras falhas condenáveis, o atraso da vacinação, a recomendação de medicamentos sem eficácia e o atrapalhado plano de imunização de rebanho.