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Foto do escritorAlexandre Costa

ARGENTINA VIVE TRÊS DIAS DE TENSÃO COM PROTESTOS DE POLICIAIS DE BUENOS AIRES POR MELHORES SALÁRIOS


A Argentina está sob forte tensão. O país vive uma das mais severas crises econômicas, acentuada pela pandemia de coronavírus e uma rigorosa quarentena imposta à província de Buenos Aires, principal foco de propagação do covid-19. Além da miséria e da pobreza que atinge milhares de famílias, a região é uma das mais violentas do país, devido as constantes disputas entre organizações criminosas. Para piorar a situação, policiais estão descontentes com os baixos salários e têm promovido protestos desde a última segunda-feira (7/9). Na quarta-feira, as manifestações se intensificaram e centenas de agentes cercaram a residência presidencial argentina de Olivos, reivindicando reajuste nos proventos e melhores condições de trabalho.


O presidente Alberto Fernández lamenta articulação política para desestabilizar seu governo. Em pronunciamento, na quarta-feira, o presidente foi enfático ao pedir respeito à democracia e às instituições argentinas. A oposição também rechaçou o protesto realizado em frente a residência presidencial. Além da reivindicação de 60% de aumento nos salários, os policiais querem ter direito à sindicalização. A polícia da província de Buenos Aires é uma força numerosa, com cerca de 130 mil trabalhadores, sendo que pelo menos 900 em serviço. Os salários básicos não chegam a 40.000 pesos, pouco mais de R$ 2 mil pelo câmbio oficial e pouco mais de R%$ 1.500 no paralelo. A quarentena reduziu a renda dos policiais, em função dos trabalhos realizados nos dias de folga, como eventos de grande porte, shows e jogos de futebol e proteção a estabelecimentos comerciais e empresas privadas.

Os policiais afirmam que os protestos não têm conotação política e que o objetivo é a reposição salarial, que não ocorre desde novembro passado. O salário da categoria é de cerca de 37 mil pesos por mês, cerca de R$ 2,6 mil.Durante o governo Macri, a queda dos salários dos policiais foi de 30% e as horas extras foram congeladas. Porém, durante os quatro anos do governo Macri, os policiais não protestaram. O cerco dos policiais a à residência presidencial gerou boatos e temores de um golpe, levando lideranças sindicais a promoverem uma mobilização em defesa da democracia argentina. Juan Grabois, diretor da Confederação de Trabalhadores da Economia Popular (CTEP), convocou uma marcha a Olivos, o que poderia resultar em um conflito de grande proporções. “Por pedido expresso das autoridades máximas, suspendemos a convocatória de hoje às 20h. Esperamos que as armas e os veículos do governo constitucional argentino não sejam usadas para desafiar a democracia”, escreveu Grabois.

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