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APÓS OLÍVIO ACEITAR O DESAFIO AO SENADO, EXISTE ESPERANÇA DE UNIDADE NA CANDIDATURA A GOVERNADOR?

por Alexandre Costa (*)

É cada vez mais remota a possibilidade dos partidos de esquerda e de centro-esquerda do Rio Grande do Sul formarem uma frente para disputar a eleição ao governo do estado, em outubro próximo. Nem mesmo os apelos do ex-presidente Lula foram suficientes para que o PSOL e o PSB se juntassem à federação formada pelo PT, PCdoB e PV. Porém, quando tudo parecia já estar definido, eis que Olívio Dutra anuncia, no final da manhã da última segunda-feira (25/7), sua disposição de concorrer ao Senado. O impacto da notícia foi tão forte que acabou mexendo com o cenário eleitoral.


Além de desestabilizar os adversários políticos, a candidatura do "Galo Missioneiro" resgatou sentimentos adormecidos e uma nostalgia contagiante, principalmente com os eleitores que se identificam com o PT. Mais do que isso, a candidatura de Olívio Dutra trouxe luz e esperança diante das ameaças à democracia brasileira e ao crescimento do fascismo no país.


O gesto de Olívio é mais uma demonstração da sua grandeza como político e cidadão e está acima de qualquer vaidade ou preocupação com a imagem. Mesmo diante do luto, em função da morte da sua esposa, Judite, Olívio soube dimensionar a importância e o significado, para o futuro do Brasil, das eleições que se avizinham. Além de renovar as esperanças dos eleitores que se identificam com as ideias de esquerda, a candidatura de Olívio nos remete a uma série de reflexões sobre as estruturas e os mecanismos utilizados internamente pelos partidos para definir seus rumos e suas posições políticas. Seja como for, o fato é que a esquerda gaúcha tem um candidato a senador com potencial eleitoral inúmeras vezes maior ao de qualquer dos pré-candidatos dos partidos considerados progressistas. No entanto, o que parece ser uma insensatez, apenas confirma o quanto as estruturas e os mecanismos partidários estão superados e em desacordo com os desejos e anseios da maioria silenciosa dos simpatizantes de esquerda. A dificuldade de dialogar e de buscar unidade política para construção de uma frente revela a existência de um abismo entre aqueles que participam da chamada vida orgânica dos partidos e os que estão à margem dos processos e das decisões internas dos mesmos.


Enquanto a minoria militante disputa cotidianamente toda e qualquer migalha de poder, a partir da visão das correntes políticas ou das estruturas formadas a partir de mandatos de parlamentares, a maioria silenciosa assiste à distância os rumos eleitorais.


A candidatura de Olívio Dutra tem muitos significados e permite resgatar bandeiras históricas para a esquerda. Diante da gravidade do atual momento político do país, cabe às lideranças gaúchas uma profunda e honesta reflexão sobre o real desempenho de cada partido na construção de uma frente em defesa da democracia e capaz de barrar o fascismo que se alastra por todo Brasil.


Ainda é possível sonhar? Ainda é possível construir uma candidatura de consenso, agregando ao menos o PSOL à chapa da federação? A decisão de Olívio de concorrer ao Senado não serviria de exemplo para Manuela D'Ávila rever sua decisão e assumir a candidatura, desta vez como cabeça de chapa na disputa para o governo do estado?


(*) Alexandre Costa é jornalista responsável pelo www.esquinademocratica.com.

 
 
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