As manifestações antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dos seus apoiadores, no dia 7 de setembro, desencadearam inúmeras reações. Além do pronunciamento do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) ministro Luiz Fux, representantes de nove partidos se reuniram na noite desta quarta-feira (8/9) para articular ações conjuntas, visando o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
Apesar das diferenças ideológicas gigantescas entre as siglas, existe consenso em relação à necessidade de construção de um movimento nacional unificado para defender a democracia. Integram a frente pró-impeachment, os seguintes partidos: PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, PV, Solidariedade, Rede e Cidadania. A frente também terá a participação de centrais sindicais e entidades do movimento social. O primeiro desafio será encontrar formas para reunir adversários políticos históricos, a partir de consensos em relação a defesa da democracia. Os partidos não definiram ainda quando será realizada a primeira mobilização unificada da frente pró-impeachment. As manifestações do próximo domingo (12/9), que são organizadas por partidos de direita, utilizam a chamada: "nem Bolsonaro, nem Lula’”. Estes protestos não estão sendo tratados como atividades da frente e não terão a participação do PT, da CUT e da Central de Movimentos Populares. A CUT se manifestou por meio de um comunicado: “Este ato foi convocado por grupos de direita, como MBL e Vem Pra Rua, que contribuíram com o golpe de 2016, que foi contra o Brasil e os brasileiros, e que culminou com a eleição de Jair Bolsonaro. Desde então, além das crises social, econômica e sanitária, a classe trabalhadora vem sofrendo uma série de ataques contra seus direitos”. A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, utilizou as redes sociais nesta quarta-feira (8) para anunciar a participação do partido na construção da frente. “Enquanto construímos esta grande manifestação de unidade pela democracia, pelo Brasil e pelos direitos do povo, incentivamos todos os atos que forem realizados em defesa do impeachment. O país está cobrando a responsabilidade do presidente da Câmara pela abertura dos processos”, afirmou Gleisi.