
O presidente Jair Bolsonaro dará posse a Eduardo Pazuello como ministro da Saúde, na tarde da próxima quarta-feira (16), no Palácio do Planalto. Pazuello ocupou o cargo de interino da pasta desde 3 de junho, em substituição a Nelson Teich, que ficou no cargo por apenas 28 dias (de 17 de abril a 15 de maio), após a demissão de Luiz Henrique Mandetta quando a pandemia dava sinais de que teria um efeito devastador sobre o Brasil. Pazuello foi nomeado ministro interino em 3 de junho, quando o número de óbitos no país era de poco mais de 15 mil e os infectados em torno de 230 mil pessoas. Em pouco mais de dois meses, o Brasil ultrapassou a marca de 132 mil mortes e o número de infectados no país é de mais 4,3 milhões de pessoas.
Nesta segunda-feira (14/9), o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) informou que foram registrados 381 óbitos por Covid-19, o menor número de vítimas desde o dia 5 de maio. Desde 15 de maio, o Brasil tem uma média diária de aproximadamente mil mortes por 12 semanas. O Brasil é país que ficou por mais tempo como epicentro da pandemia de coronavírus no mundo, posição superada na última semana pela Índia, país com população 6,5 vezes maior. A tendência tendência de recuo do vírus no Brasil, apresentada nas últimas duas semanas, vem se confirmando. Porém, a média móvel de óbitos semanal diminuiu, de mil para menos de 800 mortes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstra preocupação com os países que praticamente abandonaram as medidas de distanciamento social, em função dos riscos do mundo assistir a uma segunda onda da pandemia. Uma das recomendações da OMS é evitar aglomerações e saídas desnecessárias e aumentar os cuidados com a higiene, sobretudo com o uso de máscaras. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que a situação na Europa preocupa, a Itália, a França e a Espanha registram números que indicam o início de uma segunda onda da doença já em outubro.
SEM EXPERIÊNCIA E SEM DIÁLOGO
Durante os dois meses que o Ministério da Saúde tem sido comandado pelo interino militar que não tem nenhuma experiência na área, o número de militares em cargos chave da pasta cresceu muito. Uma matéria publicada no domingo (13/9) no El País alerta para o clima de constrangimento dentro do Ministério e para a redução cada vez maior dos espaços para as discussões técnicas que norteiam as políticas nacionais de Saúde.