A prisão e as investigações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, no governo de Jair Bolsonaro (PL), têm levado a Polícia Federal a novas descobertas. Cid é suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, em Cabeceiras (GO), Duque de Caxias (RJ) e Campos de Goytacazes (RJ). A cada dia surgem novas revelações, não apenas do ex-ajudante, mas também de Bolsonaro e Michelle.
Neste sábado (20/5), o Uol revelou que o ex-presidente enviou para um banco dos Estados Unidos, em dezembro de 2022, 75% do valor de todo seu dinheiro em conta declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao registrar sua candidatura à reeleição, Bolsonaro informou à Justiça Eleitoral ter R$ 907 mil em contas bancárias diferentes. Em uma delas, o saldo era de R$ 315,8 mil; na segunda, o montante era R$ 591 mil, e a última possuía R$ 92,57.
De acordo com os advogados do ex-presidente, foi enviado US$ 135 mil (o equivalente a R$ 675 mil ) para a conta no BB Americas, filial do Banco do Brasil nos Estados Unidos, informou a jornalista Juliana Dal Piva, no Uol. Ex-ministro de Comunicações e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, explicou que Bolsonaro decidiu transferir os recursos por falta de confiança na condução da economia do governo petista.
Na semana passada, Mauro Cid trocou o advogado Rodrigo Roca, próximo da família Bolsonaro, por Bernardo Fenelon, especializado em crimes de corrupção e delação premiada. Diz o dito popular que para um bom entendedor, meia palavra basta. Porém, no caso do ex-faz-tudo de Bolsonaro, o silêncio foi mais que um recado. Como sugeriu Leonardo Sakamoto, colunista do Uol, a estratégia de Cid serviu para que ele não inocentasse o ex-presidente em seu depoimento à Justiça. Ou seja, ao optar por não abrir a boca, Mauro Cid garantiu que a quebra do sigilo de seu celular continue falando por ele.