AGORA,MAIS DO QUE NUNCA, O JORNALISMO LIVRE E INDEPENDENTE PRECISA DO TEU APOIO E DA TUA COLABORAÇÃO
- Alexandre Costa
- 20 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de mai. de 2020
Em junho, o www.esquinademocratica.com completa 15 anos de existência. Desde que passou a ocupar um espaço no mapa da mídia alternativa de Porto Alegre, o site assumiu o compromisso de fazer um jornalismo identificado ideologicamente com as bandeiras de esquerda, a partir da defesa incondicional da democracia, dos direitos e das liberdades, tendo como princípios a pluralidade de idéias, a igualdade, o pleno exercício da cidadania, o respeito à diversidade em todos os âmbitos e, principalmente, a valorização da vida. Nas próximas semanas, o Esquina Democrática vai resgatar o trabalho realizado pelo site, desde o período que antecedeu o golpe de 2016 a março de 2020, quando ainda não estávamos diante da ameaça do Covid-19 e não vivíamos em isolamento social. São vídeos, imagens e registros de manifestações e atos realizados nas ruas de Porto Alegre. Fragmentos da nossa história recente e memórias que demonstram a luta de uma parcela da população em defesa da democracia. A efervescência política que se viu nas de Porto Alegre é semelhante ao que ocorreu na maioria das capitais do Brasil. Mesmo assim, um golpe derrubou a presidenta Dilma Rousseff, por meio de um impeachment fraudulento, maquiavelicamente orquestrado pela elite conservadora e pelos setores mais atrasados do país. E esse golpe foi responsável pelo retrocesso que atingiu o Brasil e nos colocou diante de dias sombrios, tal qual foram os tempos nebulosos da ditadura militar.
O jornalismo livre e independente também é importante para a construção da narrativa, para análise dos fatos, dos acontecimentos e, principalmente, para a versão que se estabelece da própria história.
Neste momento de pandemia de coronavírus, em meio às milhares de mortes e diante das dificuldades econômicas, a realidade de quem faz jornalismo livre e independente, assim como a de outros tantos trabalhadores, é dramática. Esse relato público, é uma demonstração de que a dignidade é maior que o orgulho. E apesar das rugas no rosto e dos cabelos brancos, ainda acredito na força das palavras.
Desde já, agradeço. Alexandre Costa
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES
Fiquei pensando o que escrever para dar início ao lançamento de uma campanha de arrecadação de recursos, destinada ao financiamento do www.esquinademocratica.com. Então lembrei que a própria história recente do Brasil poderia me ajudar na exposição dos objetivos desta desafiadora iniciativa que é fazer jornalismo livre e independente.
A frase "A certeza na frente e a história na mão" foi pinçada de uma música escrita e cantada por Geraldo Vandré, em 1968. "Prá Não Dizer que Não Falei de Flores" conquistou o segundo lugar no Festival Internacional da Canção daquele ano e se tornou um dos maiores hinos da resistência contra a ditadura militar, em um dos períodos (1964 a 1985) mais tristes e nefastos da história do Brasil.
Após o golpe de 1964, a imprensa alternativa teve papel fundamental na publicação de informações e nas denuncias de mortes, torturas e desaparecimento de pessoas. Em 2016, o Brasil foi vítima de um outro golpe. Dilma Rousseff foi deposta do cargo de Presidente da República, no dia 31 de agosto, por meio de um impeachment fraudulento, sem que houvesse crime de responsabilidade e através de um processo repleto de atropelos e ilegalidades jurídicas. Nestes dois períodos da história recente do país, o trabalho realizado pela chamada imprensa alternativa foi e tem sido extremamente importante para o restabelecimento da democracia no Brasil. Além de publicar conteúdo próprio, o www.esquinademocratica.com reproduz e compartilha reportagens e matérias produzidas e elaboradas por veículos que têm a mesma concepção sobre o jornalismo.
Como todos sabem, esta é uma guerra quixotesca e extremamente desigual. Os tempos são outros, é verdade. Mas as bandeiras ainda são as mesmas. Por isso, a música de Geraldo Vandré nos diz muito sobre os dias de hoje. Mais do que nunca, precisamos de recursos financeiros para seguir caminhando e acreditando nas flores vencendo os canhões.