Uma reportagem da Agência Pública, postada na manhã desta segunda-feira (31/10), revela diálogos entre integrantes de grupos armamentistas e bolsonaristas no Telegram, defendendo intervenção militar, após a vitória de Lula (PT) no segundo turno das eleições, no domingo (30/10). A matéria de Laura Scofield mostra grupos apoiadores do atual presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro (PL), compartilhando conteúdos falsos.
Um dos integrantes do grupo, que conta com mais de 60 mil membros e já foi suspenso por desrespeitar as regras da plataforma, postou mensagem em que afirmava que o “algoritmo” de apuração do TSE estaria roubando os votos de Jair Bolsonaro (PL) e passando para Lula. “Nos 30% de urnas apuradas o luladrão vai passar, um absurdo! Minas que representa o Brsil, (sic) luladrão está caindo lá e Bolsonaro crescendo já praticamente empatado!! As Forças Armadas nada farão??? Caraculas está na cara!!! muita sacanagem”, acrescentou.
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“Agora é que começa a luta pela vitória o quê (sic) vai dar a última palavra é o Senhor dos exércitos”, disse outro usuário, aludindo a um golpe militar. “Fraude Genteeeee!!! O exército precisa fazer alguma coisa!!!!!”, afirmou outro. “Vocês não queriam esperar até dia 30? Já falei INTERVENÇÃO MILITAR É A ÚNICA SOLUÇÃO”, disse ainda mais um integrante do grupo.
O discurso também foi replicado no grupo armamentista Armas SA, que tem 1.309 membros. Por volta das 19h50, quando Lula já estava à frente da apuração, um dos usuários buscou incentivar os outros a “ir a luta”. “Para acabar com o comunismo só depende de nós agora. Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo”, disse outro.
No grupo Confederação Direita Brasil, por exemplo, compartilharam um vídeo no qual uma mesária afirmava que eram computados mais de um voto quando os eleitores iam às urnas, o que indicaria que as urnas estariam acrescentando votos. O vídeo foi enviado por volta das 19h40, quando Lula ultrapassou Jair Bolsonaro na apuração. O grupo tem mais de 2 mil membros.