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Foto do escritorAlexandre Costa

ACUADO DIANTE DA OPINIÃO PÚBLICA, ARTHUR LIRA REMETE À PGR A DECISÃO SOBRE IMPEACHMENT DE BOLSONARO


O superpedido de impeachment, que reúne 23 crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro desde o início do seu mandato, será entregue na tarde desta quarta-feira (30/6) ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por partidos de oposição e por dissidentes da base do governo. A pressão da opinião pública somada às manifestações das ruas, que foram antecipadas para o sábado, dia 3 de julho, em função das evidências de que o governo Bolsonaro pretendia cobrar uma propina de um dólar em cada dose da vacina AstraZeneca adquirida pelo Brasil, podem fazer com que Lira aceite o pedido de impeachment.


Os mais de 120 pedidos protocolados na Câmara desde o início do governo Bolsonaro estão reunidos em uma só peça, em que são apontados 23 tipos de acusações. O superpedido faz parte de uma nova estratégia assumida pela bancada de oposição ao governo Bolsonaro. Até então, a avaliação era de que o melhor seria deixar o presidente "sangrar", desgastando-o até o período eleitoral. Porém, o impeachment ganhou força em função das denúncias surgidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, que vem apurando irregularidades e casos de propina na aquisição de vacinas, com implicação direta do presidente.


No entanto, Arthur Lira deve barrar o superpedido de impeachment de Jair Bolsonaro, apesar das evidências de irregularidades nas negociações da vacina Covaxin e da omissão do presidente, que mesmo tendo sido comunicado sobre o caso, nada fez. De acordo com informações dos bastidores da Câmara, ainda faltam votos para que o pedido de impeachment prospere. Porém, o desgaste político do presidente e a preocupação dos deputados com suas próprias imagens diante da repercussão das denúncias e da proximidade com o período eleitoral, podem mudar o cenário.


Os deputados do chamado "centrão" estão acuados e já começam a reavaliar suas posições políticas. A queda de popularidade do presidente está inviabilizando o seu projeto de reeleição e os deputados sabem que correm riscos ao colar suas imagens à imagem de Bolsonaro. Com o crescimento do movimento "Fora Bolsonaro" no país, a tendência é de que Arthur Lira se veja obrigado a salvar a própria pele. Cabe a ele analisar os pedidos protocolados no Legislativo pela saída do presidente e permitir a abertura de um processo — ele já tem em mãos mais de 120 requerimentos e sempre se posicionou contra a dar seguimento a eles, mas a pressão pela oposição e nas redes sociais ganhou um novo fôlego com as suspeitas levantadas nos últimos dias.


Em recente declaração à imprensa, o presidente da Câmara dos Deputados disse que o caso envolvendo suspeitas na compra pelo governo federal da vacina Covaxin saiu da esfera política para a judicial. Com isso, Arthur Lira retira o peso da decisão dos seus ombros e remete à Procuradoria-Geral da União, a decisão: “Agora é esperar o posicionamento do procurador-geral da República e a gente acatar o que o procurador decidir. A questão agora virou judicial”, disse.

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