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A DEMOCRACIA NÃO ACEITARÁ INTIMIDAÇÕES DAS FORÇAS ARMADAS

O ESQUINA DEMOCRÁTICA assina o documento em repúdio à nota publicada pelas Forças Armadas, na quarta-feira (7/7), em tom de ameaça, direcionada ao senador Omar Aziz (PSD-AM) e ao próprio Senado Federal, em função do avanço dos trabalhos da CPI da Covid e das investigações sobre supostas irregularidades cometidas na compra de vacinas, com a participação de militares que atuam no governo do presidente Jair Bolsonaro.


O documento é assinado por 60 entidades e organizações da sociedade civil que integram o Pacto Pela Democracia, coalizão de organizações que atua em defesa dos valores democráticos no Brasil. Ao afirmar que “não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições”, o ministro da Defesa e os chefes das Forças Armadas transgridem fronteiras estruturantes de qualquer regime efetivamente democrático.


De acordo com a coalizão, a nota adotou um tom intimidatório não apenas em relação ao senador Omar Aziz (PSD-AM), mas ao próprio Senado Federal, instituição cuja liberdade de atuação é vital para a saúde da nossa democracia. Em nota oficial, a rede Pacto Pela Democracia relembra que nos últimos anos a prática da intimidação dos poderes da República tem sido recorrente por parte das Forças Armadas. E alerta que hoje, os cargos políticos e da administração pública são ocupados por mais de seis mil militares.


De acordo com a Coordenadora Executiva do Pacto Pela Democracia, Flávia Pellegrino, “além de inconstitucionais, tais tentativas de intimidação são intoleráveis em uma democracia e precisam ser alvo de respostas firmes das instituições da República, sobretudo em um momento em que nosso regime democrático vem sendo ameaçado de forma cotidiana e sistemática pelo próprio governo federal e pelas forças a ele aliadas”.


Escrevo para avisar que a rede do Pacto pela Democracia elaborou um posicionamento conjunto sobre a nota divulgada pelas Forças Armadas e pelo Ministério da Defesa, em ameaça ao Senador Omar Aziz, à CPI da Pandemia e, por conseguinte, ao Senado Federal.


LEIA O DOCUMENTO ELABORADO PELAS ENTIDADES QUE INTEGRAM O PACTO PELA DEMOCRACIA

Nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, e entidades civis, vimos a público coletivamente repudiar e manifestar profunda preocupação sobre o pronunciamento veiculado pelas Forças Armadas na noite de 07 de julho de 2021. A nota expressa uma reação ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as causas da calamitosa gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil, Senador Omar Aziz (PSD-AM), e ataca o próprio Senado da República, instituição cuja liberdade de atuação é vital para a saúde da nossa democracia. Ao afirmar que “não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições” e prometer uma reação “mais dura”, caso a CPI volte a fazer citações a suspeitas de corrupção envolvendo militares, o ministro da Defesa e os chefes das Forças Armadas transgridem fronteiras estruturantes de qualquer regime efetivamente democrático.

Nos últimos anos, a prática da intimidação dos poderes da República tem sido crescente por parte das Forças Armadas no Brasil. Em 2015, o hoje vice-presidente Hamilton Mourão, então general do Comando Militar Sul, protagonizou uma séria crise ao criticar o governo federal. Em 2018, o comandante do Exército, General Villas Boas, proferiu uma grave ameaça ao STF, na tentativa de influenciar a decisão da Corte Suprema. Em 2020, o então ministro da Defesa, General Azevedo e Silva, participou de manifestações antidemocráticas.

Infelizmente, há uma confusão de papéis entre as Forças Armadas e o governo de Jair Bolsonaro atualmente, com um grave risco para a reputação e consistência das próprias Forças Armadas. Hoje, mais de seis mil militares ocupam cargos políticos e da administração pública brasileira. Postos políticos eminentemente civis estão sendo assumidos por chefes do Exército. Assim como os militares estão participando cada vez mais da política, a política tem entrado cada vez mais nos quartéis, autorizados por membros da alta cúpula, como o general da ativa Eduardo Pazuello, que frequentou ato político do presidente da República, sem ser punido, contrariando o regimento militar.

O governo federal, grande responsável pela desastrosa gestão da pandemia, que ceifou tantas vidas desnecessariamente, sob liderança, importante ressaltar, do já citado general Pazuello, tem se mostrado essencialmente autoritário, com ambições golpistas e contrárias ao regime democrático. E agora, sabemos com fatos, também um governo permeado por graves suspeitas de corrupção.

A política é uma arena de encontro e diálogo entre civis. A sombra das armas não pode e não deve estar presente nos tensionamentos naturais da vida pública. Ao mesclar-se com o governo federal e trazer para si o atual projeto político, as Forças Armadas ficam suscetíveis aos confrontos inerentes à vida democrática e rompem preceitos constitucionais ao proferirem ameaças dessa natureza.

As Forças Armadas vêm sinalizando obediência primeira ao presidente e a seu projeto político, e não ao País. Jair Bolsonaro reafirma diariamente seu compromisso em se manter no poder a qualquer custo. É fonte de grande preocupação da sociedade civil abaixo assinada as mãos dadas entre o autoritarismo do presidente e as armas dos militares. As instituições da República precisam responder à altura a fim de defender a democracia no Brasil. Assinam as seguintes organizações:

  1. ABI (Associação Brasileira de Imprensa)

  2. Abong

  3. Ação Educativa

  4. Andeps - Associação Nacional da Carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais

  5. Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil

  6. Associação Amigos do Piraquê-açu

  7. Associação da Parada do Orgulho LGBT de Santos

  8. Associação da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo

  9. Artigo 19

  10. Atados

  11. AVAAZ

  12. Centro de Convivência É de Lei

  13. CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

  14. Congresso em Foco

  15. EIG Evangélicas pela Igualdade de Gênero

  16. Elas No Poder

  17. Engenheiros Sem Fronteiras - Brasil

  18. Esquina Democrática - Jornalismo Livre e Independente

  19. Federação Internacional de Cineclubes - Grupo Latino Americano

  20. Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito

  21. Frente Nacional de Mulheres na Política

  22. Frente Única Em Defesa da Vida - ES

  23. Fundação Tide Setubal

  24. Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares - GAJOP

  25. GADvS - Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero

  26. GESTOS –Soropositividade, Comunicação e Gênero

  27. Grupo de Estudos Democratismo

  28. Instituto Brasileiro de Análise Econômica e Social - Ibase

  29. Iepé - Instituto de Pesquisa e Formação Indígena

  30. INESC Instituto de estudos socioeconômicos

  31. Iniciativa negra por uma nova política sobre drogas

  32. Instituto Diplomacia para Democracia

  33. Instituto Cidade Democrática

  34. Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)

  35. Instituto de Defesa do Direito de Defesa - IDDD

  36. Instituto de Governo Aberto

  37. Instituto Hori - Educação e Cultura

  38. Instituto Marielle Franco

  39. Instituto Physis - Cultura & Ambiente

  40. Instituto Socioambiental - ISA

  41. Instituto Soma Brasil

  42. Instituto Talanoa

  43. Kurytiba Metropole

  44. MORHAN = Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase

  45. Movimento Acredito

  46. Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil

  47. Ocupa Política

  48. Oxfam Brasil

  49. Protesto Sem Covid

  50. RCA - Rede de Cooperação Amazônica

  51. Rede Brasileira de Conselhos

  52. Rede Feminista de Juristas - deFEMde

  53. Rede Justiça Criminal

  54. Rede LGBTI Família Stronger

  55. SINDICATO DOS TRABALHADORES DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ / ASFOC SN

  56. Transparência Brasil

  57. Transparência Capixaba

  58. União Nacional dos Estudantes - UNE

  59. UNEGRO

  60. Zanzalab

 
 
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