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MATÉRIA DO EXTRA CLASSE SOBRE A MANIFESTAÇÃO DOS ESTUDANTES NEGROS E PARDOS DA UFGRS, NO DIA DA CONS

Cristina Ávila (reportagem) / Foto: Igor Sperotto

A fotografia de estudantes negros e negras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) feita anualmente no pátio da reitoria, em Porto Alegre (RS), por ocasião do dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – neste ano foi marcado por muita emoção. Coincide com a divulgação neste mês, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), de que pela primeira vez pardos e negros são maioria nas universidades do Brasil. Porém, a desigualdade de cor ou raça permanece forte e o racismo continua matando, agredindo e segregando milhares de pessoas no país.

Estudo do Ibge revela, por exemplo, que, no mercado de trabalho, os pretos ou pardos representavam em 2018 64,2% da população desocupada e 66,1% da população subutilizada. E, enquanto 34,6% dos trabalhadores brancos estavam em ocupações informais em 2018, entre os pretos ou pardos esse percentual era de 47,3%. Em relação à distribuição de renda, os pretos ou pardos representavam 75,2% do grupo formado pelos 10% da população com os menores rendimentos e apenas 27,7% dos 10% da população com os maiores rendimentos.

O Dia da Consciência Negra na Ufrgs foi marcado por atividades culturais, como batalha de versos, teatro, dança e exposição. Também, deu início ao primeiro dia do seminário internacional que vai se estender até julho do ano que vem como uma das atividades promovidas pela Fundação Bienal do Mercosul, que terá como tema desta edição Universos Femininos. Segundo Sandra Maciel, que é uma das coordenadoras da atividade desta terça-feira, as atividades começaram com o tema Pensamentos Quilombolas, que se estendem pela tarde toda e culminam em uma marcha que parte do Largo Glênio Peres, no Centro, até o Zumbi de Palmares, na Terceira Perimetral. O encerramento do dia deverá ser em um ensaio da escola Imperador do Samba, ao lado do estádio Beira-Rio.

A data é de comemoração de conquistas, mas ainda de luta por muitas demandas. A estudante de psicologia Anandha Fonseca, da psicologia, diz que a data “é extremamente importante” para o fortalecimento da juventude negra inclusive dentro da própria Ufrgs. Quando entrou na faculdade, no primeiro semestre de 2018, ela e mais duas alunas eram as únicas negras da turma de calouros do vespertino.


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