
Vale a pena assistir a entrevista do jornalista e advogado Glenn Greenwald (um dos fundadores do site The Intercept Brasil) no programa Roda Viva, da TV Cultura, da segunda-feira (2/9).
A atuação dos entrevistadores do Roda Viva demonstra que a imprensa brasileira está muito distante de fazer jornalismo a partir do interesse público e tendo a democracia como valor inquestionável. Estamos diante da imprensa corporativa e da defesa cega da Lava Jato. Em vez de colocar na pauta o conteúdo do material obtido por Glenn, que incrimina gente poderosa como o ex-juiz, hoje ministro do governo Bolsonaro, Sergio Moro, focaram na forma como o material foi obtido. Não poucas os entrevistadores beiraram a hostilidade, insinuando que Glenn Greenwald teria relação com hackers. Das 38 perguntas feitas pela bancada do Roda Viva, apenas seis tiveram relação com o conteúdo das ilegalidade reveladas pelas reportagens do The Intercept Brasil, envolvendo Moro e os procuradores liderados por Deltan Dallagnol. As outras 32 foram intimidações para que Glenn falasse sobre suas fontes, preocupação com o futura da Lava Jato, insinuando que Glenn estaria arruinando o combate à corrupção no Brasil.